Perícia do Instituto de Criminalística testa arma que matou soldado Izabelle
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) realizam, na manhã desta quinta-feira (18), testes de eficiência na metralhadora que disparou contra a soldado da Polícia Militar Izabelle Pereira, morta por 17 tiros no mês passado, quando fazia rondas no bairro do São Jorge, em Maceió, e nas outras armas que estavam na viatura no momento dos disparos. Os testes acontecem na sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Testes são realizados na sede do Bope
O responsável pelo inquérito da morte da soldado e único a ter acesso à arma, o perito Ricardo Leopoldo Barros, do IC, informou, basicamente, que vai disparar a arma, testar o mecanismo de disparo e rajada.
“Esta parte do processo poderia ter sido feito em qualquer lugar. Nós não temos nenhum motivo específico de ter escolhido o Bope”, disse.
Ainda segundo Barros, a segunda parte dos testes será realizada no laboratório do IC, onde devem ser feitos testes de vibração, de pressão de gatilho, a arma deve ser lançada na parede para saber se ela vai disparar sozinha, como também testes de pressão. “O resultado deve ser divulgado no dia 30 deste mês”, afirmou.
Os técnicos da empresa Taurus não terão acesso à arma, e de acordo com Barros, isso é parte do procedimento legal. “Eles só terão acesso ao laudo final, apenas o resultado e não poderão acompanhar esses testes nem nada”, concluiu.
Entenda o caso
A soldado Izabelle Pereira dos Santos foi atingida por 17 tiros de metralhadora nas regiões do braço, axila e abdômen durante rondas, na noite do último sábado (30).
De acordo com o major J. Cláudio, da PM, militares que estavam na guarnição com a vítima afirmaram que arma, que estava posicionada no chão da viatura e travada, disparou acidentalmente.
Após o incidente, a soldado foi levada em estado grave para o Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro do Trapiche da Barra, onde foi submetida a três cirurgias. No fim da manhã de domingo (31), entretanto, o Serviço Social do hospital confirmou que a vítima não havia resistido aos ferimentos.
A viatura da Radiopatrulha em que a soldado estava quando foi baleada está recolhida no pátio do Instituto de Criminalística (IC). Segundo a assessoria de comunicação do IC, devem ser emitidos três laudos sobre a ocorrência.
O primeiro, acerca das condições do veículo, o segundo, a partir da perícia da arma que disparou contra Izabelle, e um terceiro laudo que será elaborado a partir da necropsia no corpo da vítima. Todos os laudos terão um prazo de 10 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por até 30 dias.
Fonte: G1