Fecoep destina mais de R$ 900 mil para educação superior
Maior do que o desafio de ingressar em uma universidade pública é conseguir concluir uma graduação quando o estudante precisa trabalhar para garantir o próprio sustento. Foi essa constatação que levou a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) a elaborar o projeto Bolsa Permanência Universitária, que atualmente beneficia 200 universitários. A ação é realizada com investimento na ordem de R$ 960 mil, recurso proveniente do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep).
Inicialmente um projeto piloto realizado com 20 bolsas de 200 reais cada em um período de um ano, a ação tomou maior proporção com a inclusão do projeto no Fecoep em 2013, quando houve um aumento de 80 novas bolsas no valor de R$ 311 e nenhum registro de evasão e/ou reprovação dos beneficiados. Hoje, cada um dos 200 bolsistas, selecionados por meio de edital, recebe uma ajuda de custo de R$ 400 para despesas como transporte, alimentação, materiais acadêmicos e outros suprimentos necessários para a manutenção do curso.
Segundo a Pro-Reitora Estudantil da Uncisal, Rosimeire Rodrigues Cavalcanti, a necessidade de criação do auxílio surgiu da aplicação de uma pesquisa com os alunos da instituição, que apontou um grande número de matriculados em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Não bastava, então, apenas as cotas sociais estipuladas pelo governo federal, mas alguma medida que diminuísse a evasão na universidade.
“Queríamos garantir a permanência e o desenvolvimento desses alunos durante o curso, para que chegassem a concluir a graduação com qualidade. A partir do momento em que o aluno ingressa em uma universidade, esta é responsável por mantê-lo no curso”, explicou.
Seleção – Para serem contemplados com a Bolsa Permanência, os estudantes devem estar regularmente matriculados em um dos cursos de graduação, seja bacharelado ou tecnológico, e apresentar indicadores de vulnerabilidade social e renda mensal inferior a meio salário mínimo. Além disso, serão prioridade aqueles que estudaram em escola pública e precisam trabalhar para se sustentar.
“É difícil de imaginar que um universitário tenha uma renda mensal de meio salário mínimo, mas é uma realidade na Uncisal. Esse ano tivemos alunos com renda per capita quase nula, outros em que os pais estavam desempregados e precisavam trabalhar para sustentar a família”, contou Rosimeire.
De acordo com a Pro-Reitora, o programa não se resume à seleção, mas também ao acompanhamento individual dos alunos beneficiados, como o monitoramento da frequência escolar e o desenvolvimento em sala de aula.
“Acreditamos que, ao mesmo tempo em que melhoramos às condições oferecidas aos alunos pela universidade, estamos também melhorando o perfil da sociedade alagoana. A educação é o caminho”, analisou.
Fonte: Agência Alagoas