Governo reconhece ‘racismo institucionalizado’ apontado pela ONU

140330104910_complexo_da_mare_getty_624x351_gettyO comentário, enviado à BBC Brasil pela secretaria com status de ministério, responde a um relatório divulgado nesta sexta-feira pela ONU. O órgão mundial afirma que o racismo “permeia todas as áreas da vida” no Brasil.

As Nações Unidas concluem que o país vive um “mito de democracia racial” e que há “racismo institucionalizado” e uma “ideologia de embranquecimento” na sociedade brasileira.

Tanto a ONU quanto o governo, entretanto, também destacam avanços nas políticas para afrodescendentes no Brasil.

Segundo o Planalto, a implementação de cotas raciais na educação e no serviço público e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foram medidas importantes no processo de reversão deste problema histórico no país.

A ONU concorda e diz que os principais avanços ocorreram durante o governo do ex-presidente Lula.

As críticas do relatório e o posterior “mea culpa” são resultado da visita de um grupo de trabalho da ONU a Brasília, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, em dezembro do ano passado.

Os especialistas foram recebidos por representantes do governo, do judiciário e de organizações da sociedade civil.

Desigualdade

O texto do relatório informa que “o racismo permeia todas as áreas da vida no país” e que é difícil para os negros discutir o tema, já que “o país vive um mito de democracia racial”.

Segundo a ONU, o desemprego é 50% maior entre afrodescendentes e a média salarial dos brancos, por sua vez, é o dobro do salário dos negros.

Enquanto a expectativa de vida entre os negros não passa de 66 anos, a dos brancos é seis anos maior. Mais da metade dos negros não tem saneamento básico adequado no país – a média chega a 3 em cada 10 brancos.

As Nações Unidas reconhecem que o país conta com “diversas instituições para a promoção da igualdade social” e “diversos avanços expressivos foram feitos na legislação sobre a igualdade racial”, especialmente nos últimos dez anos.

 

Fonte: BBC

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