Papa visita cemitérios onde estão soldados caídos na Primeira Guerra
Cidade do Vaticano, 13 set (EFE).- O papa Francisco lembra neste sábado o centenário do início da Primeira Guerra Mundial em visita aos cemitérios de Fogliano Redipuglia, onde jazem milhares de soldados que morreram no front no nordeste da Itália.
O pontífice sairá do aeroporto em Roma às 8h (locais, 3h em Brasília) e retornará ao 12h50 (7h50 em Brasília). A curta visita é um pedido de Francisco à paz mundial e uma lembrança do sangrento conflito.
Ele revelado ter escutado “dolorosas histórias” de seu avô, combatente na batalha do rio Piave, neste mesmo front.
Esta peregrinação será dividida em dois atos: o papa visitará os cemitérios dos dois estados em guerra: o Império austro-húngaro e a Itália.
Primeiro ele irá ao cemitério austro-húngaro onde estão enterrados em solo italiano 14 mil soldados do Eixo Central, a maioria nunca identificada. Francisco rezará sozinho em frente ao monumento central e ali depositará flores.
Em seguida ele irá ao cemitério militar de Redipuglia, onde estão enterrados 100 mil soldados italianos.
Para esta mudança o papa preferiu utilizar um veículo coberto em vez do “papamóvel” para manter uma atmosfera de “recolhimento”, informou Rádio Vaticana.
Neste cemitério se destaca o imponente sacrário militar, construído em 1938 por ordem do ditador Benito Mussolini, aos pés do monte Sei Busi, cenário de duras batalhas durante a Primeira Guerra.
Ali o papa oficiará uma missa na qual se espera a presença de 10.000 fiéis e pronunciará sua homilia durante a qual, previsivelmente, advogará pela solução pacífica dos conflitos entre nações.
No ato estarão presentes os cardeais de Viena e Zagreb, além dos bispos de Eslovênia, Áustria, Hungria, Croácia e das dioceses da região italiana de Friuli-Venezia Giulia.
Ao fim desta celebração haverá uma oração em memória dos caídos em conflitos armados e o papa entregará aos bispos a “Luz de San Francisco”, uma pequena lâmpada de cristal doada pelo mosteiro de Assis onde jaz o santo.
Na lâmpada está gravado o salmo franciscano “onde houver trevas, que eu seja a luz” e deverá estar aceso em todas as comemorações da Primeira Guerra Mundial que os bispos realizarem em suas respectivas dioceses.
Não é a primeira vez em que um pontífice visita este cemitério, o maior da Itália dedicado aos soldados mortos na guerra. Há 22 anos o papa João Paulo II foi a Redipuglia com o mesmo objetivo que seu sucessor argentino: pedir a paz
Fonte: UOL