Servidores do IML participaram em Brasília de capacitação sobre violência sexual
Os números são alarmantes e preocupantes. Na última pesquisa revelada pelo Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em 2012 nos hospitais e clínicas credenciadas, o atendimento em média de duas mulheres por hora com sinais de violência sexual. Em Alagoas, o Instituto Médico Legal de Maceió em 2013 atendeu 242 crianças entre zero a 12 anos vítimas de abuso sexual, e juntas às unidades da Capital e de Arapiraca registraram no mesmo período 445 exames em vítimas de estupro de 13 a 60 anos.
Para combater esse tipo de crime e aprimorar o atendimento às vítimas, servidores dos Institutos Médico Legal de Maceió e Arapiraca participaram em Brasília de um curso sobre a Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência Sexual com Registro de Informações e Coleta de Vestígios. Além de Alagoas, a capacitação promovida pelos Ministérios da Saúde, Justiça, e Secretaria de Políticas para as Mulheres contou também com representações do Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima e Sergipe.
Para o diretor do IML de Maceió, Luiz Mansur, a capacitação foi muito importante porque habilitou o Instituto a ingressar na rede de atendimento as vítimas de estupro. Ele também ressaltou a participação da perita médica legista Magda Costa e dos técnicos forenses Avelar Leite, Alessandra Moura, Eduardo Bittencourt e Leandra Suely, que terão um papel importante na transmissão das informações. “Eles participaram ativamente do processo de aprendizagem e trouxeram várias novidades que serão analisadas e colocadas em prática. Eles também serão multiplicadores dos conhecimentos adquiridos para os demais servidores do órgão”, afirmou Mansur.
O técnico forense Eduardo Bittencourt, que participou do curso, explicou que a proposta do encontro foi aprimorar habilidades técnicas de atenção integral às pessoas em situação de violência sexual. Durante o curso eles tiveram aulas de rede de atenção integrada, fluxo de investigação de crimes sexuais, cadeia de custódia, traumatologia e sexologia forense, e relações sociais de gênero e enfrentamento à violência contra a mulher.
Segundo ainda Bittencour, como o IML é responsável por um dos processos mais importantes na identificação do acusado, os técnicos forenses aprenderam novas técnicas de coleta e de cadeia de custódia dos vestígios encontrados nas vítimas. “Para nós foi um avanço, pois a partir do treinamento iremos mudar a forma de coleta aplicando uma nova técnica, onde se utiliza um número maior de swabs para recolher material biológico da secreção da vítima, do acusado e também material genético da vítima que servirá de referencial para o exame de DNA”, frisou.
Como os trabalhos foram direcionados para profissionais da segurança pública e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), que prestam atendimento às pessoas vítimas de violência, também participaram do curso representado Alagoas, integrantes do Hospital Universitário e da Maternidade Santa Mônica.
No final do encontro ficou definido que será firmado um novo convênio entre a Perícia Oficial do Estado e o Governo Federal para a aquisição de materiais e equipamentos que irão aparelhar as Centrais de cadeia de custódia dos IML’s de Maceió e de Arapiraca, e do Instituto de Criminalística.
Fonte: Agência Alagoas