Perícia nega acesso de fabricante à arma que matou soldado em Maceió

wp_20140904_007O diretor-geral da Perícia Oficial de Alagoas, Manoel Melo, negou, na manhã desta quinta-feira (4), o acesso dos técnicos da fabricante de armas Taurus à metralhadora que matou a soldado da PM Izabelle Pereira dos Santos, atingida por 17 tiros quando fazia rondas no bairro do São Jorge, no dia 30. Os técnicos chegaram ao estado na quarta (3) para periciar todas as armas de mesmo modelo que foram adquiridas pela Polícia Militar. A suspeita é de que a arma disparou acidentalmente.

Melo explicou aos técnicos, que foram até a Perícia Oficial acompanhados de policiais miliares, que o Código de Processo Penal é bem claro em relação a esta solicitação. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, e que este acesso só é permitido às partes durante o curso do processo judicial e mesmo assim, o material que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão e na presença de perito oficial.

“Explicamos tecnicamente que tipo de perícia será realizado nos armamentos, e juridicamente, que os técnicos da empresa terão acesso sim aos equipamentos, mas após a conclusão da perícia oficial e da emissão do seu respectivo laudo”, afirmou o diretor.

O perito criminal Ricardo Leopoldo, explicou que o Instituto de Criminalística recebeu quatro quatro pistolas, duas submetralhadores, que estavam com a guarnição, o colete da vítima e vários projeteis e estojos.

“Nos armamentos irei fazer o teste de eficiência e funcionamento. Nos estojos e projéteis será realizado o exame de micro comparação balística e no colete da vitima iremos verificar a validade, tamanho, modelo e o nível de proteção”, explicou o perito.
O exame nos armamentos começará a ser realizado na próxima segunda-feira, dia 08, e o prazo para entrega do laudo é de aproximadamente 40 dias.

Falha durante teste de armas
A equipe da empresa com sede no Rio Grande do Sul veio ao estado após a morte da soldado Izabelle Pereira dos Santos. A inspeção da fabricante se fez necessária após a versão dos PMs que estavam com a vítima na viatura de que a arma usada por ela disparou acidentalmente.

Ainda de acordo com a polícia, por medida de precaução, todas as 49 metralhadoras ficarão no Centro de Suprimento e Manutenção/Material Bélico, subordinado à Diretoria de Apoio Logístico da PM, até que o laudo final emitido pela empresa.

Para os testes, cinco oficiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizaram disparos, que foram analisados por engenheiros. As armas foram recolhidas para inspeção pelos técnicos da Taurus e um relatório posterior será divulgado sobre os problemas identificados.

Segundo a assessoria, os equipamentos já passaram por testes do fabricante e do Exército Brasileiro antes de serem comercializados no país. Ao chegar ao estado, elas passaram por uma avaliação de um especialista da PM antes de serem distribuídas à corporação.

Como a arma que atingiu a soldado já foi encaminhada para perícia do Instituto de Criminalística (IC), os testes foram feitos nas outras que estavam sendo usadas por equipes da Radiopatrulha e do Bope. Na segunda-feira (1º), o comando da PM determinou que todas as metralhadoras fossem recolhidas e entregues no Centro de Manutenção e Armamento do Quartel Geral da PM.

Entenda o caso
A soldado Izabelle Pereira dos Santos foi atingida por 17 tiros de metralhadora nas regiões do braço, axila e abdômen durante rondas, na noite do último sábado (30).

De acordo com o major J. Cláudio, da PM, militares que estavam na guarnição com a vítima afirmaram que arma, que estava posicionada no chão da viatura e travada, disparou acidentalmente.

Após o incidente, a soldado foi levada em estado grave para o Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro do Trapiche da Barra, onde foi submetida a três cirurgias. No fim da manhã de domingo (31), entretanto, o Serviço Social do hospital confirmou que a vítima não havia resistido aos ferimentos.

O primeiro, acerca das condições do veículo, o segundo, a partir da perícia da arma que disparou contra Izabelle, e um terceiro laudo que será elaborado a partir da necropsia no corpo da vítima. Todos os laudos terão um prazo de 10 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por até 30 dias.

 

 

Fonte: G1 – AL

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