Testes apontam falhas em oito metralhadoras da PM de Alagoas
Oito metralhadoras modelo G2, calibre 40, da Polícia Militar de Alagoas apresentaram falhas em testes realizados, na manhã desta quarta-feira (3), por policiais militares e por técnicos da empresa Taurus. Em nota oficial, o Comando da PM informou que as armas precisarão ser verificadas quanto ao seu funcionamento.
A equipe da empresa com sede no Rio Grande do Sul veio ao estado após a morte da soldado Izabelle Pereira dos Santos, atingida por 17 tiros quando fazia rondas no bairro do São Jorge, em Maceió, no último fim de semana.
Ainda de acordo com a polícia, por medida de precaução, todas as 49 metralhadoras ficarão no Centro de Suprimento e Manutenção/Material Bélico, subordinado à Diretoria de Apoio Logístico da PM, até que o laudo final emitido pela empresa.
Na manhã desta quarta-feira, três técnicos da empresa Taurus inspecionaram todas as metralhadoras adquiridas pela Polícia Militar alagoana, que estavam sendo usadas desde 2012, para descobrir se há alguma falha nos equipamentos. A inspeção ocorreu na sede da Cavalaria da PM, no bairro de Bebedouro. Os técnicos tentam identificar possíveis defeitos nas armas, já que, segundo militares que estavam com a vítima na viatura, os tiros que atingiram a soldado foram disparados acidentalmente.
Para os testes, cinco oficiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizaram disparos, que são analisados por engenheiros. As armas foram recolhidas para inspeção pelos técnicos da Taurus e um relatório posterior será divulgado sobre os problemas identificados.
A metralhadora que atingiu a soldado foi adquirida, com outras 49 do mesmo modelo (G2 Taurus .40), em 2012 pela PM de Alagoas. Segundo a assessoria, os equipamentos já passaram por testes do fabricante e do Exército Brasileiro antes de serem comercializados no país. Ao chegar ao estado, elas passaram por uma avaliação de um especialista da PM antes de serem distribuídas à corporação.
Como a arma que atingiu a soldado já foi encaminhada para perícia do Instituto de Criminalística (IC), os testes são feitos nas outras que estavam sendo usadas por equipes da Radiopatrulha e do Bope. Na segunda-feira (1º), o comando da PM determinou que todas as metralhadoras fossem recolhidas e entregues no Centro de Manutenção e Armamento do Quartel Geral da PM.
Entenda o caso
A soldado Izabelle Pereira dos Santos foi atingida por 17 tiros de metralhadora nas regiões do braço, axila e abdômen durante rondas, na noite do último sábado (30).
De acordo com o major J. Cláudio, da PM, militares que estavam na guarnição com a vítima afirmaram que arma, que estava posicionada no chão da viatura e travada, disparou acidentalmente.
Após o incidente, a soldado foi levada em estado grave para o Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro do Trapiche da Barra, onde foi submetida a três cirurgias. No fim da manhã de domingo (31), entretanto, o Serviço Social do hospital confirmou que a vítima não havia resistido aos ferimentos.
A viatura da Radiopatrulha em que a soldado estava quando foi baleada está recolhida no pátio do Instituto de Criminalística (IC). Segundo a assessoria de comunicação do IC, devem ser emitidos três laudos sobre a ocorrência.
O primeiro, acerca das condições do veículo, o segundo, a partir da perícia da arma que disparou contra Izabelle, e um terceiro laudo que será elaborado a partir da necropsia no corpo da vítima. Todos os laudos terão um prazo de 10 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por até 30 dias.
Fonte: G1