Mais cara e menos danosa, terapia com prótons abre polêmica na Europa

140902121743__radiotherapy_624x351_spl_nocreditO menino, de cinco anos de idade, vinha sendo tratado por conta de um tumor no cérebro em um hospital de Portsmouth quando, contrariando recomendações médicas, foi retirado do local por seus pais na última quinta-feira e levado para fora do país.

A decisão gerou uma busca internacional pelo garoto. Os pais, Brett e Naghemeh King, foram acusados de “abandono de incapaz” e se encontram atualmente detidos temporariamente em uma prisão nos arredores de Madri. Ashya está sendo tratado em um hospital em Málaga.

Em um vídeo divulgado pelo YouTube, a família de Ashya justificou a ação, dizendo que buscava para o garoto um tratamento conhecido como “protonterapia”, ou terapia com feixe de prótons, um tipo de tecnologia que não seria oferecida a ele pelo sistema de saúde público britânico, o NHS.

Segundo relatos obtidos pela BBC, o casal aparentemente pretendia vender um apartamento de veraneio que possui na Espanha para poder custear a terapia em um centro médico na República Tcheca.

Feixe de Prótons

Considerado por alguns especialistas como uma alternativa mais efetiva e que gera menos efeitos colaterais do que a radioterapia convencional – que utiliza feixes de fótons, ou raios-X – a protonterapia é também consideravelmente mais cara.

Atualmente, só é oferecida pelo sistema de saúde público britânico a pacientes que sofrem de câncer ocular, embora eventualmente pessoas que sofram de outras enfermidades também possam ter a aplicação da terapia aprovada.

Entre as maiores vantagens do tratamento com feixe de prótons está o fato de que ele atinge tumores de forma mais concentrada do que a radioterapia tradicional. Além disso, a ação dos prótons cessa após atingir seu alvo principal, afetando muito menos as células saudáveis e, consequentemente, causando menores danos a tecidos e abrandando os efeitos colaterais.

De acordo com Matthew Crocker, consultor em neurocirurgia clínica St. George’s Healthcare, em Londres, a radioterapia convencional tem uma série de “efeitos colaterais, em parte devido ao modo como a energia é distribuída”, enquanto a protonterapia pode ser potencialmente bem-sucedida no tratamento de tumores no cérebro e no sistema nervoso central.

Em um artigo publicado no jornal britânico The Guardian, o físico Jon Butterworth, da University College London, explica que essa diferença entre as terapias está nas características da radiação utilizada em cada uma delas.

 

 

Fonte : BBC

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