China vai cortar salários dos executivos das empresas estatais
Pequim – A liderança chinesa decidiu cortar os salários dos executivos das empresas estatais, numa nova medida para tentar reduzir a insatisfaçao popular com as desigualdades sociais no país, anunciou hoje a imprensa oficial.
Os cortes poderão chegar aos 70% e, segundo adiantaram alguns jornais, provavelmente será estalebecido um teto anual de 600.000 yuan (cerca de 73.000 euros), o que corresponde a cerca de dez vezes mais do que o salário médio em Pequim.
A decisão, tomada sexta-feira pelo Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), prevê também restrições quanto ao uso de viaturas oficiais, receções, dimensão dos gabinetes e viagens, dentro e fora da China.
No topo de algumas empresas estatais, “há executivos com um rendimento anual de milhões de yuan e que têm ainda os previlégios dos altos funcionários [da administração pública]”, disse o China Daily.
Oficialmente, a China é “um estado socialista liderado pela classe trabalhadora” e as empresas estatais, que constituem o setor dominante da economia, são “propriedade de todo o povo”.
Cerca de uma centena das maiores empresas estatais chinesas são diretamente tuteladas pelo Conselho de Estado (o executivo do governo central), através de um organismo chamado SASAC, cujo anterior presidente, Jiang Jiemin, está preso por corrupção.
Desde que assumiu o poder, em novembro de 2012, a nova liderança do PCC, encabeçada pelo secretário-geral do partido e Presidente da República, Xi Jinping, prometeu atacar as principais causas de descontentamento popular, nomeadamente a corrupção, as desigualdades sociais e a poluição.
Em julho passado, pela primeira vez na história da República Popular da China, a Comissão Central de Disciplina do PCC anunciou que um antigo membro do Comité Permanente do Politburo, Zhou Yongkang, estava a ser investigado por suspeita de corrupção.
Agência Lusa