Flamengo vence o Atlético-MG de virada no Maracanã
RIO – O Maracanã cheio é capaz de grandes feitos quando se trata de Flamengo. Seja pela posição na tabela, seja pela capacidade técnica dos times, pouca coisa indicaria que o rubro-negro fosse capaz da virada que conseguiu nesta quarta-feira diante do Atlético-MG. Difícil era convencer a torcida do Flamengo de que não era possível. Para melhorar, o time, contagiado pela arquibancada, concordou, acreditou. Foi de uma entrega comovente no segundo tempo. A vitória por 2 a 1 retratou a diferença entre um time que queria mais do que o rival. Obra de quem foi ao estádio torcer, mas foi como se jogasse. O time pode, e deve, agradecer à torcida por ter chegado a 19 pontos, abrindo quatro da zona de rebaixamento. O torcedor do Flamengo decidiu aceitar todo tipo de limitação. Quer ajudar. Em troca, espera apenas esforço.
A cautela que Vanderlei Luxemburgo tem exibido, tentando manter equilibrados os sempre bipolares sentimentos rubro-negros, foi perdida logo no primeiro tempo. Cedo demais, o treinador pareceu perder a crença na formação que ele próprio escolhera. Entendeu que era preciso alterar radicalmente o esquema tático logo aos 24 minutos. Aos nove, o Atlético-MG já abrira o placar em arrancada de Maicosuel após uma cobrança de lateral.
É verdade que o gol se desenhara antes. Diego Tardelli e o próprio Maicosuel haviam encontrado espaços entre os meias e os zagueiros de um Flamengo que, ao perder a bola, não tinha compactação. Ficava oferecido à velocidade do rival.
Mas o rubro-negro, com a bola, não jogava mal. Ocupava o meio-campo e, mesmo sendo tecnicamente inferior ao adversário, tentava, dentro de suas limitações, manter a balança nivelada. O time trocava mais passes do que o habitual. Num destes lances, Luiz Antônio acertou bom chute que Victor salvou. Eram 21 minutos.
Três minutos depois, Luiz Antônio foi sacrificado. Não jogava mal. Aparentemente, era preciso corrigir o posicionamento, não mudar todo o sistema de jogo. Se havia alguém tecnicamente muito abaixo do desejável, era Arthur. Mas ele permaneceu e Nixon entrou. O Flamengo perdeu presença no meio-campo, perdeu a troca de passes. Eventualmente, até assustou: aos 36, uma arrancada de João Paulo terminou em passe para Éverton chutar cruzado e Victor salvar. Na volta, Arthur não aproveitou.
Mas Vanderlei acertaria decisivamente no segundo tempo. Eram 17 minutos quando trocou Arthur e Márcio Araújo por Mugni e Eduardo da Silva. Ganhou qualidade técnica com o croata. Fundamental é que, a esta altura, uma torcida ensandecida já gritava sem parar. E o time passou a correr sem parar. Demorou um minuto até Eduardo sofrer um tolo pênalti de Pedro Botelho. Leonardo Moura, aos 19, cobrou e empatou.
Difícil dizer se o Atlético-MG se sentia acuado por aquele Maracanã que pulsava ou se vivia mais uma etapa de seu recente histórico de atuações acomodadas. Fato é que quem queria, e muito, vencer o jogo era o Flamengo. Aos 25 minutos, João Paulo cruzou e Eduardo da Silva, com uma bonita cabeçada, venceu Victor. Aliviado, o Maracanã já era uma festa rubro-negra com mais de 40 mil convidados.
Fonte: O Globo