Catarata aumenta possibilidade de depressão entre idosos

19074_ext_arquivoOMS (Organização Mundial da Saúde) estima que em 2025 o Brasil deve ocupar a sexta posição no mundo em número de idosos com 32 milhões de pessoas acima de  65 anos. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o envelhecimento da população aumenta o número de pessoas com catarata. Maior causa de cegueira tratável no mundo, a doença lentamente embaça o cristalino,  lente natural do nosso olho. Quando mais avançada a idade, maior a chance de ter catarata. Só para se ter uma ideia, segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) a prevalência é de 17% entre os menores de 65 anos, 47% em quem tem de 65 a 74 anos e 73% em quem tem mais de 75 anos. O médico diz que não é possível impedir a progressão por se tratar de um processo natural do envelhecimento ocular. Mas adverte que quanto mais avançada, maior a dificuldade para realizar atividades corriqueiras e a chance de entrar em depressão.

Engana-se quem pensa que para resolver o problema basta tomar um antidepressivo. Isso porque, explica, um estudo realizado no Canadá mostra que os medicamentos que agem como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) aumentam em 15% o risco de desenvolver catarata. “No Brasil que tem 120 mil novos casos/ano, significa 18 mil casos adicionais/ano só por conta desta classe de antidepressivos”, afirma. Por isso, e por causa dos riscos da remoção da catarata madura, hoje a cirurgia é indicada quando o paciente começa a ter limitações para dirigir, ler, usar o computador ou realizar qualquer outra atividade, ressalta.

Brasil é líder em depressão

A má notícia é que a depressão é a quarta morbidade mais grave no mundo segundo um estudo epidemiológico realizado em 18 países pela OMS. O estudo aponta o Brasil como o primeiro no ranking do distúrbio com uma prevalência de 10,8%, considerando todas as idades. O último censo  do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que entre idosos a prevalência é de 9,2%. Para Queiroz Neto este alto índice de depressão em parte tem uma relação direta com a catarata. Isso porque, um levantamento feito pelo médico nos prontuários de 132 pacientes do hospital, mostra que 64% tiveram melhora do estado emocional depois da cirurgia de catarata.

O problema, ressalta, é que  a maior parte da população depende do atendimento do SUS e desde 2006 os mutirões de catarata foram reduzidos em todo o país. Por isso,  a cegueira causada pela doença vem crescendo no Brasil com uma prevalência 50% maior entre mulheres.

A boa notícia é que atualmente a cirurgia é mais segura e precisa. Isso porque as incisões podem ser feitas com o laser de femtosegundo que revolucionou a cirurgia refrativa para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo. O especialista ressalta que a exposição ao calor do ultrassom também é menor. Por isso a perda de células irrecuperáveis da córnea é menor.

 

 

 

Fonte: Assessoria

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