Polícia mata segundo homem negro em Missouri
A polícia da cidade de St. Louis – que fica a 6,4 km de Ferguson – diz que o homem, que morreu no local, fazia ameaças com uma faca.
A morte de Brown provocou protestos violentos, que já duram uma semana, e uma forte reação policial. Apenas na noite de segunda-feira, a polícia diz ter prendido 31 pessoas.
Novos confrontos começaram horas depois que o presidente Barack Obama pediu calma aos manifestantes, que foram às ruas após a morte de Brown, que estava desarmado, no dia 9 de agosto.
O Secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, deve visitar Ferguson na quarta-feira para encontrar autoridades federais que investigam o episódio.
A comunidade local, de maioria negra, está enfurecida com a força policial, predominantemente branca, pela morte do jovem.
A família de Brown diz que seu funeral acontecerá na próxima segunda-feira.
‘Comportamento errático’
O episódio desta terça-feira pode inflamar ainda mais as tensões na comunidade.
Na tarde desta terça-feira, dois policiais atiraram em um homem de 23 anos que fazia ameaças com uma faca, de acordo com a polícia de St. Louis.
O chefe da polícia local, Sam Dotson, afirmou que relatos de testemunha dão conta de que o homem tinha um comportamento errático. Ele disse ainda que os policiais tinham o direito de se defender.
“O suspeito se virou para os policiais, segurou uma faca e disse a eles ‘atirem em mim agora, matem-me agora'”, disse Dotson.
O governador do Missouri, Jay Nixon, anunciou o envio da Guarda Nacional à região na segunda-feira e o fim de um toque de recolher imposto no fim de semana.
Versões diferentes
Também nesta terça-feira, promotores do condado de St. Louis afirmaram que apresentariam provas contra o policial que atirou em Michael Brown durante o julgamento do caso, na quarta-feira.
O júri popular determinará se Darren Wilson deve ser acusado por um crime.
Tanto os policiais de St. Louis quanto o Departamento de Justiça americano estão realizando investigações sobre o caso, que provocou manifestações em todo o país.
Testemunhas dizem que Brown se ajoelhou diante da polícia com as mãos ao alto e disse “não atirem”, e que mesmo diante disso o policial disparou. A polícia, no entanto, afirma que Darren Wilson atirou após uma briga com Brown.
Uma autópsia pedida pela família de Michael Brown concluiu que o jovem foi atingido por seis tiros, dois deles na cabeça.
Segundo o patologista nova-iorquino Michael Baden, não havia sinais de luta no corpo do jovem.
Ele também disse acreditar que Brown recebeu o tiro de perto, já que não havia resíduos de pólvora em seu corpo, o que sugere que o policial estava a cerca de 60 cm do garoto.
Fonte: BBC