Beckenbauer, sobre 7 a 1″Pareciam jogar contra crianças”
Pouco mais de um mês após a goleada da Alemanha por 7 a 1 sobre o Brasil, na semifinal da Copa do Mundo, o resultado ainda causa espanto mundo afora. Em entrevista publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” nesta terça-feira, Franz Beckenbauer, ídolo alemão e campeão mundial em 1974, criticou bastante a Seleção, que, segundo ele, parecia uma equipe de crianças naquele 8 de julho no Mineirão.
– Foi um dia muito trágico. Aquilo jamais voltará a acontecer numa semifinal de Copa do Mundo. Parecia que a Alemanha estava jogando contra uma equipe de crianças. Mesmo como alemão, foi difícil assistir ao que estava ocorrendo – disse Beckenbauer.
O Kaiser acredita que três jogadores brasileiros falharam além da média na goleada: David Luiz, Dante e Marcelo.
– O que é certo é que a defesa brasileira falhou muito. David Luiz, Dante e Marcelo não se encontravam, eles são grandes jogadores em seus clubes. Em alguns dos gols, via-se sete ou oito brasileiros dentro da área ou defendendo, contra três alemães e, mesmo assim, esses jogadores alemães apareciam totalmente livres na área.
Outra crítica feita por Beckenbauer foi a dependência brasileira de talentos individuais, como Neymar e Thiago Silva. O primeiro não jogou aquela semifinal por conta de uma fratura na vértebra, e o segundo estava suspenso.
– A realidade é que o Brasil não formou uma equipe de fato. O que o Brasil tinha em campo eram alguns astros isolados e, num Mundial, isso não e suficiente. Dependiam de Neymar e Thiago Silva e, quando esses jogadores saíram, os que estavam em campo não sabiam para quem tocar.
Por fim, ele falou das lições que o Brasil pode tomar com a derrota. Segundo Beckenbauer, a aposta nas equipes de base é o caminho a ser seguido, assim como a Alemanha fez ao copiar a França do início dos anos 90.
– Apostar nos jovens, nas equipes de base. A realidade é que nós copiamos esse sistema da França. Eles apostaram nisso e funcionou. Em 1990, a França começou a preparar jovens para ter um time forte para disputar a Copa de 1998, em sua casa. É dessa geração que vem Zidane e outros. Na Alemanha, o que fizemos foi levar essa estratégia ao limite, obrigando a todos os clubes a ter escolinhas e times de base.
Fonte: Globo Esporte