Gilberto Carvalho diz que caso Wikipédia fez mal para o governo

2014-740030384-2014080682471_20140806.jpgGLOBOSÃO PAULO – “A pessoa que fez isso fez dois males: para as pessoas afetadas e para nós, o governo. O problema aí foi ter usado o IP do Planalto. Se a pessoa faz isso da casa dela, é um problema dela, mas aqui foi usado um bem público”. A afirmação é do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho ao comentar a adulteração de perfis de jornalistas na enciclopédia colaborativa virtual Wikipédia a partir de computadores do Palácio do Planalto.

Minutos antes de iniciar uma aula pública na manhã desta segunda-feira, na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, Carvalho disse ainda que a presidente Dilma ficou “indignada” com o episódio. E que pediu uma ampliação da investigação, com a participação da Polícia Federal.

Segundo o ministro, a rejeição da população ao governo foi ouvida, e o PT voltou a se concentrar na militância.

– O que eu fiz foi um alerta. Há um aspecto pedagógico nisso. Eu acho que o partido está preocupado em mobilizar os militantes, explicar o que a gente está fazendo não só na TV. Historicamente, a gente fez isso e tinha deixado de fazer – falou.

Carvalho descreveu como “espuma” a suposta crise política na Petrobras e atacou a oposição.

– Há uma exploração eleitoral da Petrobras. Os que criticam a empresa deveriam pensar muitas vezes antes de criticar. Sobretudo o PSDB, que queria privatizar a Petrobras – declarou ele, acrescentando que o caso Pasadena é parte dos “problemas que todas as empresas têm” e que “se as pessoas erraram, vão ser punidas”.

O ministro Gilberto Carvalho comparou a crise ao mensalão:

– Quando teve o mensalão, com ameaça de impeachment, o presidente Lula falou: ‘pessoal, isso tudo é pra que a gente pare, mas não vamos parar’. E dito e feito. Era uma espuma. E agora vai ser de novo. Confiamos na sabedoria popular.

Durante sua fala na aula pública, ele afirmou que “o velho pervadiu nossa cultura: a corrupção nos vitimou e até hoje nos custa muito caro”, antes de retomar o tópico sobre reforma política.

A respeito das doações milionárias de empresários para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, Carvalho disse que o financiamento empresarial faz com que as candidaturas se tornem “presas” de interesses conservadores, o que distorce o sistema de representação e, portanto, a reforma política seria um “grito de libertação da escravidão ao poder econômico”.

Fonte: Globo

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