Valdivia culpa time árabe por imbróglio e explica “sumiço”

03valdiviaconcedeentrevistaluismouragazetaHá pouco mais de uma semana, fracassou a negociação entre Palmeiras e Fujairah, dos Emirados Árabes Unidos, pela contratação do meia Jorge Valdivia. Desde então, o jogador não havia dado as caras: não se reapresentou no Brasil e tampouco retornou os contatos de familiares e dirigentes. Um dia depois de voltar a São Paulo, o atleta culpou o sheik Sheikh Mohammed bin Hamad Al Sharqi, dono do clube árabe, pelo imbróglio criado e negou o sumiço: estava de férias pré-aprovada e sem qualquer vínculo com o Palmeiras.

“Pelo que a pessoa que estava levando a negociação, da minha parte, falou, o pai do sheik teria tirado o apoio do filho, dizendo que era muita grana e que ela poderia ser utilizada para construir hospitais e escolas, e que deixava o filho sozinho. Isso foi passado para mim quando cheguei”, disse Valdivia. Shaikh Hamad bin Mohammed Al Sharqi é o nome do pai do sheik Mohammed e é o líder político do Emirado de Fujairah.

Isso o camisa 10 do Palmeiras só soube recentemente, quando voltou ao Brasil. A princípio, foi liberado pelo Palmeiras em 12 de julho para viajar a Dubai. Afirma que foi recebido pelo próprio sheik, ganhou a camisa do Fujairah, conheceu jogadores, torcedores e falou com a imprensa. Permaneceu no país por alguns dias, fez exames médicos e só não assinou contrato porque era ramadã, mês em que os islâmicos praticam jejum ritual e têm uma série de restrições.

“O que foi passado é que não tinha problema: eu podia ir, era só me apresentar dia 5 na Alemanha para a pré-temporada. Isso já tinha acontecido quando fui para o Al-Ain. Foi do mesmo jeito”, disse o atleta. Despreocupado, pediu dez dias de férias ao novo clube, ligou para a mulher para combinar uma viagem, pediu ao cunhado para cuidar da burocracia de mudança no Brasil – carro, imóvel, matrícula dos filhos na escola – e então viajou para a Disney, nos Estados Unidos. Dias depois, o Palmeiras recebia a notícia do cancelamento do negócio.

Chileno concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira na Academia de Futebol (Luis Moura/Gazetapress)

Ao clube brasileiro, a informação foi de que Valdivia não aceitou os valores do contrato. “Isso é mentira. Tenho documento que comprova que aceito os valores: tem assinatura e carimbo do sheik. Fiquei muito surpreso na volta ao Chile, porque, na minha cabeça, estava tudo certo”, apontou o meia. Nos dias seguintes, o Palmeiras pediu a reapresentação do meia, que não deu retorno algum. “Eu não era mais jogador do Palmeiras. O Fujairah mostrou para o mundo que tinha me contratado”, justificou. Na Disney, se isolou do mundo.

Após tentativa de negócio frustrada, Valdivia está de volta ao Palmeiras

“O Palmeiras me liberou em 12 de julho, e eu não recebi mais salário a partir desse momento. Eu não sumi. Estava na Disney com a minha família. Se tivesse sumido, teria pedido para minha mulher não postar foto da gente. Ela postou muitas fotos”, afirmou Valdivia. “Foram férias para desfrutar, curtir meus filhos. Foi sagrado. Não vi por que deveria ficar ligado na internet. A gente aproveitou bem o tempo que o meu novo clube me deu. Eu não estava escondido”, complementou o camisa 10.

Agora, Valdivia volta aos treinamentos e pode atuar novamente pelo Palmeiras. Ele nega que não haja clima para isso e afirma que a motivação será máxima – mesmo com a janela de transferências ainda aberta e com chance de novamente deixar o clube existente. “Você fica pensando no que aconteceu, mas, voltar para cá desmotivado? Muito pelo contrário. Não é a primeira que eu falo isso: eu devo muito a esse clube. A história mais bonita da minha carreira foi feita aqui. Vou continuar honrando e respeitando a camisa do Palmeiras”, complementou.

 

 

 

Fonte : Terra

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