Dunga quer liberdade para dar bronca e pede sigilo a CBF
Apresentado oficialmente na última terça-feira (22) como novo técnico da seleção brasileira, Dunga disse que o Brasil tem que ser lembrado apenas pelo que é feito dentro do campo, e não por marketing ou imagem de seus jogadores. Em entrevista ao Fantástico que foi ao ar neste domingo (27), o treinador adiantou que quer tranquilidade para dar broncas e chamar a atenção dos jogadores, sem muita exposição.
CBF volta no tempo e anuncia Dunga
— Eu acho que em certo momento a seleção brasileira tem que ter privacidade. […]O Brasil tem que ter um marketing pelo futebol, pela qualidade. As pessoas têm que falar muito mais do que eu faço no campo do que aquilo que eu faço extracampo.
Neymar e Daniel Alves, que descoloriram os cabelos durante a disputa da Copa do Mundo, não foram poupados por Dunga, que declarou não considerar a hora certa de fazer este tipo de coisa.
— Ou antes ou depois. Eu tenho que pensar na Copa do Mundo. Os problemas que eu tenho de contrato, de marketing, de família eu resolvo antes de chegar na seleção ou depois.
Veja as melhores imagens da apresentação de Dunga
Ele também quer orientar os jogadores a cuidar de alguns comportamentos. Chorar durante a execução do hino nacional, por exemplo, é uma das reações que ele não acha positivas para o time.
— Quem tá ali dentro não pode se emocionar muito. Tu tem que criar uma barreira. Essa exposição acho que deve ter atrapalhado um pouquinho.
Apesar do sucesso da campeã Alemanha, que não blindou seus jogadores do contato com torcedores e jornalistas, Dunga acha que houve uma diferença importante: os treinos foram fechados e levados a sério.
— Os alemães tiveram exposição fora do muro. Nos treinamentos, teve pouca.
Felipão e Parreira
Dunga foi comedido nas palavras quando perguntado sobre a comissão técnica que o antecedeu, e procurou, inclusive, fazer elogios a Felipão.
— O cara foi campeão do mundo. Não se discute. Você paga pelas suas decisões, bem ou mal. E ele teve a hombridade de chegar e tomar as decisões que estava lá para tomar.
Sobre a humilhação diante da Alemanha na Copa do Mundo, o novo técnico foi breve, disse que o resultado foi atípico e é preciso ser esquecido, pois não vai acontecer de novo.
Futebol brasileiro parou no tempo?
O novo treinador da seleção acredita que o Brasil não deve nada para a Europa em termos de qualidade, mas criticou a quantidade de jogadores que deixam o País, cada vez mais cedo, para atuar no velho continente. Para Dunga, o que vale no futebol é a mesma coisa de sempre
— O que decide é o talento.
Primeira convocação
O adversário da reestreia de Dunga é a Colômbia, no dia 05 de setembro. Para esta partida, Dunga não deu muitas pistas sobre seus convocados, mas ressaltou que a forma como Neymar — principal estrela brasileira na atualidade e nome certo na caminhada até a Copa 2018 — é tratado deve mudar.
— Precisamos criar uma estrutura na qual o Neymar seja essencial, mas ele que deve jogar em função da seleção, e não o contrário.
Fonte : R7