Sininho e outros 2 ativistas são soltos após 12 dias presos no Rio

protesto_rj_pede_liberdade_manifestantesA Seap (Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro) informou às 17h50 desta quinta-feira (24) que os ativistas Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D’licarahy foram soltos. Eles estavam detidos desde a véspera da final da Copa do Mundo no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.

O desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal, concedeu na tarde de quarta-feira (23) habeas corpus a 23 ativistas que tiveram prisão preventiva decretada no último dia 18 após a Justiça aceitar denúncia por associação criminosa armada.

Também tiveram a prisão preventiva suspensa os ativistas Luiz Carlos Rendeiro Junior, Gabriel da Silva Marinho, Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, Eloisa Samy Santiago, Igor Mendes da Silva, Drean Moraes de Moura Corrêa, Shirlene Feitoza da Fonseca, Leonardo Fortini Baroni Pereira, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Rafael Rêgo Barros Caruso, Filipe Proença de Carvalho Moraes, Pedro Guilherme Mascarenhas Freire, Felipe Frieb de Carvalho, Pedro Brandão Maia, Bruno de Sousa Vieira Machado, André de Castro Sanchez Basseres, Joseane Maria Araujo de Freitas e Rebeca Martins de Souza.

Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva Rangel também foram beneficiados pelo habeas corpus referente à denúncia de associação criminosa, mas continuarão presos em razão da acusação de assassinato do cinegrafista Santiago Andrade.

Desde a decretação, 18 ativistas foram considerados foragidos, mas agora passam a responder ao processo em liberdade.

“Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós”

Darlan publicou a decisão em seu blog com a frase: “O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar. Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós”.

De acordo com o juiz Flavio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, a decretação da preventiva se deveu ao que chamou de “periculosidade dos acusados, evidenciada por terem forte atuação na organização e prática de atos de violência nas manifestações populares”. Segundo ele, a decisão se amparou nas investigações policiais e nos argumentos da denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro.

A Promotoria denunciou 23 pessoas por associação criminosa armada em decorrência de atos violentos em protestos no Rio.

A defesa nega envolvimento dos acusados nos crimes relatados na denúncia. Marino D’Icarahy, advogado que representa os ativistas, falou ao R7 que as prisões tiveram caráter político e evidenciam um “conluio do Estado, Tribunal de Justiça, Ministério Público, das duas polícias e dos governos federal e estadual” contra os ativistas.

Na denúncia, o promotor Luís Otávio Figueira Lopes, da 26ª Promotoria de Investigação Penal, destaca que, de junho de 2013 até o presente momento, os acusados se associaram para praticar nas manifestações crimes como posse de artefato explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e lesão corporal (consumada e tentada).

Segundo as investigações da polícia, o MP diz que foram identificados grupos, cujos objetivos seriam lícitos — organização de protestos —, mas que conteriam pessoas cuja atuação seria dirigida para a prática de atos violentos e de confronto. A Promotoria afirma que esses atos são incentivados por lideranças e praticados por ativistas que adotam a tática black bloc.

Ainda de acordo com a denúncia, a associação criminosa utilizava-se de armas, como facas, explosivos, coquetéis molotov, estilingues, rojões alterados para disparar pregos e porretes.

 

Fonte :R7

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