Maceió lidera denúncias de abuso contra crianças

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Dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República apontam que, em Alagoas, mais de 7.300 denúncias de violência contra a criança e o adolescente foram recebidas pelo Disque 100, nos anos de 2011, 2012 e 2013. Maceió lidera o ranking, com mais de 2 mil ligações, seguida por Arapiraca, com quase 780. Deste total, 25% se referem a casos de abuso sexual.

Os números chamaram a atenção do superintendente de Políticas Públicas para a Criança e o Adolescente da Secretaria da Mulher, Cláudio Soriano. Ele procurou o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg), na manhã desta segunda-feira (21), para pedir apoio ao projeto de um centro de atendimento para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

O projeto foi apresentado aos conselheiros durante sessão do colegiado. De acordo com o superintendente, que também é membro do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), este foi o primeiro encontro de articulação com todos os conselhos, e o objetivo é chamar a atenção para que o controle social esteja unido na ótica da criança.

“A violência contra a criança e o adolescente também passa pela prevenção, e não se pode perder a capacidade de indignação. A criança que sofre abuso considera a violência sexual algo normal porque, muita vezes, ela é abusada por membros da família. Do total, 75% são meninas que sofrem abuso do pai, padrasto, tio, irmão mais velho ou vizinho, sendo necessária uma campanha de prevenção, além de políticas de atenção integrada às vítimas por meio do centro de atendimento, de forma que não haja mais a banalização”, explicou Soriano.

DADOS

Os números fornecidos pela Secretaria de Direitos Humanos se referem ao quantitativo de denúncias provenientes dos 102 municípios de Alagoas entre os anos de 2011, 2012 e 2013. No primeiro, foram 1.961 ligações feitas ao Disque 100, sendo 627 de Maceió, 223 de Arapiraca e 84 de Teotônio Vilela. Já em 2012, foram 2.964, sendo 856 ligações contabilizadas em Maceió, 307 em Arapiraca e 91 no Pilar. E, no ano passado, 2378 denúncias foram registradas, sendo 533 de Maceió, 249 de Arapiraca e 66 de São Miguel dos Campos. Totalizando os números, a estatística revela que foram realizadas 7.303 ligações, 25% delas relativas a casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.

Os casos informados ao Disque 100 também são repassados aos Conselhos Tutelares das cidades, que, por sua vez, relatam ao Sistema de Informação para a Infância e Adolescência. A administradora estadual, Nelma Nunes, também esteve presente à sessão para pedir apoio ao Conselho. “Queremos que o Conseg seja o mediador, já que o Judiciário pode disponibilizar os recursos, provenientes de multas, para a criação do centro”, disse Nelma.

O presidente do colegiado, juiz Maurício Brêda, destacou que o Conselho é parceiro da luta e que vai cobrar das delegacias e do Instituto Médico Legal (IML) atendimento especial para as vítimas, além de pedir à 14ª Vara que acelere os julgamentos, evitando casos em que haja “esquecimento e impunidade”.

Com gazetaweb.com

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