Argentina vence Holanda nos pênaltis e avança à final
Após 24 anos, a Argentina volta a disputar uma final de Copa do Mundo. O time alviceleste derrotou a Holanda nos pênaltis, por 4 a 2, depois de empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, em duelo ‘morno’ disputado nesta quarta-feira, no Itaquerão, em São Paulo. Os argentinos reencontrarão a Alemanha na grande decisão, domingo, às 16h, no Maracanã, em busca do tricampeonato.
Argentinos e alemães se enfrentarão na final da Copa do Mundo pela terceira vez. Nas duas anteriores, houve uma vitória para cada lado – a Albiceleste ganhou em 1986, no México, por 3 a 2, enquanto os germânicos deram o troco quatro anos depois, em 1990, na Itália, com triunfo por 1 a 0. A ‘trilogia’ entre as duas seleções será o desfecho de uma competição marcada pela grande participação do público nos estádios.
A geração da Holanda, de Robben, Van Persie e Sneijder, que decidiu a última edição da Copa, na África do Sul, mas perdeu para a Espanha (1 a 0), terá que se contentar com a disputa do terceiro lugar. A seleção laranja vai enfrentar o Brasil, sábado que vem, às 17h, no Mané Garrincha, em Brasília, quando ambos buscarão uma despedida digna do torneio.
Nas penalidades, o grande nome foi Romero. O goleiro argentino pegou as cobranças de Vlaar e Sneijder e se transformou em herói. Na sequência, todos os jogadores do grupo foram abraçá-lo e iniciaram uma grande festa.
A expectativa de um jogo emocionante, até pela característica ofensiva das equipes, não se confirmou no primeiro tempo. Holanda e Argentina tiveram atuação burocrática e se arriscaram pouco. Os argentinos até seguraram mais a bola no campo de ataque, mas não encontraram espaços diante da rígida marcação holandesa.
A Holanda apostava na saída em velocidade, sempre com Robben. Aberto pela esquerda, ele era opção para atacar nas costas de Zabaleta. Mas o velocista também esteve muito bem marcado e não teve muitas oportunidades de arrancar. Com isso, a bola chegou muito pouco a Van Persie, já que Sneijder não apareceu muito na criação.
Messi foi o responsável pelas principais armações ofensivas da Argentina. Mas não usou outra arma poderosa, o chute de média distância. O craque teve uma oportunidade em cobrança de falta, mas Cillessen catou firme. Depois, Garay se esticou em cobrança de escanteio e testou por sobre o gol. A Holanda se valeu de lançamentos para Robben, mas Romero estava atento aos cruzamentos. Muito pouco para quem esperava um duelo de fortes emoções na semifinal.
Segundo tempo
O panorama não mudou no segundo tempo. A Argentina estava mais disposta a atacar, mas sem muita inspiração. Continuava na dependência da chegada de Messi, já que Lavezzi não aparecia muito pelos lados. A Holanda protegia bem a defesa e até inverteu a posição de Kuyt, que passou para a esquerda, com Janmaat entrando na lateral direita. O time laranja trocava muitos passes, sem se arriscar.
Na melhor jogada da Argentina, Enzo Pérez correu pela direita e cruzou. Higuaín desviou e a bola foi na rede, mas pelo lado de fora. Aos 36, Alejandro Sabella mexeu em duas posições, já pensando em uma eventual prorrogação. Agüero, recuperado de lesão, substituiu Higuaín e Palacio ocupou o lugar de Pérez. A Holanda chegou com Robben, travado por Mascherano no momento de desferir o chute. Depois de 90min, o jogo foi para a prorrogação.
Tempo extra
A Holanda começou a prorrogação com uma postura diferente, tomando a iniciativa. O técnico Louis van Gaal trocou Van Persie por Huntelaar, apostando em sangue novo no ataque. O time laranja abusou das jogadas aéreas e quando chegou com Robben, Mascherano novamente aliviou. A Argentina também trocou Lavezzi por Maxi Rodríguez e assustou com cruzamento de Palacio, que ninguém aproveitou.
A Argentina voltou mais ativa no segundo tempo da prorrogação. Tanto que chegou duas vezes, com Palacio, em cabeçada que parou nas mãos de Cillessen, e em conclusão de Maxi Rodríguez, que o goleiro também pegou sem problemas. Quando o tempo extra se aproximou do fim, foi a vez de os europeus avançarem. Mas sem levar perigo ao gol de Romero. A decisão ficou para os pênaltis.
Pênaltis
Vlaar bateu para a defesa de Romero
Messi cobrou bem e fez 1 a 0 Argentina
Robben bateu com categoria e empatou para Holanda
Garay chutou forte no meio do gol e fez 2 a 1 Argentina
Sneijder cobrou para a grande defesa de Romero
Agüero bateu no canto direito e fez 3 a 1 Argentina
Kuyt cobrou no canto esquerdo e diminuiu: 3 a 2
Maxi Rodríguez chutou forte e Cillensen não pegou: 4 a 2. Argentina na final!
HOLANDA 0 (2) x 0 (4) ARGENTINA
HOLANDA
Cillessen; De Vrij, Vlaar, Martins Indi (Janmaat); Kuyt, de Jong (Clasie), Wijnaldum, Sneijder, Blind; Robben e Van Persie (Huntelaar)
Técnico: Louis van Gaal
ARGENTINA
Romero; Zabaleta, Garay, Demichelis, Rojo; Mascherano, Biglia, Pérez (Palacio), Lavezzi (Maxi Rodríguez); Messi e Higuaín (Agüero)
Técnico: Alejandro Sabella
Local: Itaquerão, em São Paulo
Data: quarta-feira, 9 de julho
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia)
Auxiliares: Bahattin Duran (Turquia), Tarik Ongun (Turquia) e Jonas Eriksson (Suécia)
Cartões amarelos: Huntelaar (HOL);
Fonte: Super Esporte