Duelo contra a Alemanha colocará à prova os nervos da equipe de Felipão

1Desde o início da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira precisou se superar a cada partida para avançar no torneio. O poder de contornar as adversidades será mais necessário do que nunca hoje, quando a equipe de Luiz Felipe Scolari terá de suprir a ausência do atacante Neymar, contundido, e do zagueiro Thiago Silva, suspenso, para vencer a Alemanha, às 17h, no Mineirão, para chegar à final. Neste momento em que o time terá que se reinventar, é necessário ter força mental tanto quanto qualidade técnica.

A psicóloga Regina Brandão esteve novamente na Granja Comary no domingo justamente para diagnosticar como os atletas reagiram à saída de Neymar e buscar fazer com que eles tenham forças para superar a ausência do craque.

Não se sabe o resultado apresentado pela profissional a Scolari, mas é certo que há sinais de recuperação. Nas atividades de ontem, por exemplo, o grupo já começou a recuperar os sorrisos. As brincadeiras também voltaram com maior intensidade, e os semblantes estão menos carregados.

Coletividade
Qualquer que seja o substituto escolhido pelo treinador para o camisa 10 — até ontem ele não havia confirmado a equipe —, haverá menos dependência de um único jogador e a necessidade de jogar mais coletivamente, o que poderá ser bom.

Além disso, desde a noite de sexta-feira, quando ficaram sabendo que não poderiam mais contar com Neymar devido à fratura em uma das vértebras, os atletas prometeram se desdobrar para dar a ele o título mundial. Motivação extra muito bem-vinda em um momento complicado para a equipe que ainda busca uma identidade.

A fé do capitão que não jogará
Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o zagueiro Thiago Silva — que passou a braçadeira de capitão para David Luiz — projeta a classificação. “Tenho certeza de que minha missão não acabou nesta competição. As coisas estão acontecendo para juntar ainda mais o grupo. A minha ausência, a ausência do Neymar. Isso fortalece muito o grupo. Tanto o Dante como o Henrique têm condições de jogar no meu lugar”, disse Thiago Silva.

Três perguntas para Roque Júnior, ex-zagueiro e observador técnico da Seleção Brasileira

Você usa um software que contabiliza as estatísticas dos jogos dos adversários. Como isso é passado para o Felipão?
Meu trabalho é ver o que eles têm de bom e fazer um relatório escrito para o Felipão. Falo o que eu vejo da equipe. Não tem um tempo determinado de conversa, mas ele me pergunta sobre o adversário. Na última sexta, eu estava no Maracanã analisando o jogo da França contra a Alemanha e nos reunirmos para estudar a partida da semifinal.

A Alemanha será um adversário tão duro quanto todo mundo fala?
Nesta fase da competição, de semifinal, não tem jogo fácil. Desde as oitavas para cá, estão sendo partidas pegadas, ninguém passou com facilidade, ninguém era favorito. A Alemanha está nesse meio, não tem vantagem.

O Brasil sai em desvantagem por jogar sem Neymar?
É uma perda grande, mas o Brasil tem de supri-la. O problema não é só a Seleção Brasileira, precisamos ver o lado do Neymar. Eu já joguei uma Copa. Ficar de fora, principalmente em casa, é muito doído. Todo mundo do grupo vai sentir. É mais fácil ficar abalado do que forte nesses momentos. Mas não há tempo para isso, o grupo tem que pensar em se fortalecer e jogar por ele. É difícil, mas é o que é preciso fazer.

 

Fonte: Super Esporte

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