Médico alerta sobre as formas de transmissão das hepatites virais

large“As pessoas expõem-se ao risco de transmissão de hepatites virais ao praticar sexo sem proteção, usar piercings e drogas de forma compartilhada e fazer tatuagens sem utilizar material descartável”. O alerta é do médico e coordenador do Programa de Controle das Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Barreiros.

Por isso, segundo o especialista, a orientação é sempre exigir material descartável em salões de beleza e na hora de fazer tatuagens e aplicar piercings. “Para evitar a hepatite B e C é necessário não compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes com outras pessoas, incluindo a lâmina de barbear e depilar, a escova de dente e o alicate de unha. Nas relações sexuais, a recomendação é sempre usar o preservativo”, orienta Barreiros.

Para se ter ideia do avanço das hepatites virais em Alagoas, no período de 2000-2013, mais de 5.600 alagoanos foram diagnosticados com a doença. No Estado, assim como no Brasil, as hepatites mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Nos últimos três anos, foram 3.099 casos de hepatite A, 1.960 de hepatite B e 627 de hepatite C diagnosticados em Alagoas.

“Nas fases agudas das hepatites A e B algumas pessoas podem apresentar icterícia, que são pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Os sintomas da hepatite C são ainda mais silenciosos, como água na barriga e diminuição da musculatura das pernas”, explica Fernando Barreiros.

Ainda segundo o médico, a hepatite A está associada ao contexto de baixo acesso a água potável e saneamento básico. A do tipo B está ligada a transmissão sexual e é mais frequente. Já o vírus da hepatite C é passado por contato com sangue contaminado.

Unidades de referência

O tratamento da hepatite viral depende da evolução clínica da doença e do tipo de vírus, além do diagnóstico agudo ou crônico. Em Alagoas, as unidades de referência para o tratamento da hepatite B e C são o Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA) e o Hospital Universitário (HU). Este tratamento é realizado com medicamentos que estão disponíveis gratuitamente na Diretoria Estadual de Assistência Farmacêutica (DAF).

Vacinação

Atualmente, existem vacinas para a prevenção das hepatites A e B. O Ministério da Saúde oferece vacina contra a hepatite B nos postos de saúde do SUS e contra a hepatite A nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). Não existe vacina contra a hepatite C.

A vacina contra a hepatite B está disponível em toda rede de saúde para a faixa etária de 0 até 49 anos. A imunização só é efetiva quando se toma as três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.

A vacina é destinada para populações vulneráveis (independente de sua idade), como população indígena, gestantes, profissionais de saúde, bombeiros, policiais, carcereiros, coletador de lixo, doadores de sangue, população reclusa, além de gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, portadores de DST, profissionais de salão de beleza e tatuadores.

Ascom SESAU

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