Perigo com nome e sobrenome
Melhor jogador da fase de grupos da Copa do Mundo de 2014, o colombiano James Rodríguez entrou de vez no radar da Seleção Brasileira. Ele justificou a escolha da entidade máxima do futebol ao fazer dois gols e se destacar nos 2 a 0 sobre o Uruguai, tornando-se a maior preocupação do Brasil para o jogo das quartas de final sexta-feira, em Fortaleza.
É bom mesmo que o técnico Luiz Felipe Scolari e seus comandos fiquem atentos. Com muita personalidade, o jogador do Monaco-FRA assumiu o protagonismo e fez a torcida cafeteira esquecer, ao menos momentaneamente, o astro Falcao Garcia, que ficou fora do Mundial em função de rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
Os números por si só mostram a qualidade de James. Além dos cinco gols em quatro jogos, ele deu duas assistências nesta Copa. Ou seja, dos 11 gols marcados pela Colômbia até agora, participou efetivamente de sete, ou 63,63%.
Nada mal para um jogador de apenas 22 anos. Ser precoce, aliás, não é novidade para ele. Depois do começo no colombiano Envigado, onde se tornou profissional com apenas 16 anos, ele ajudou o Banfield a ser campeão argentino em 2009, com apenas 17 anos, e a disputar a Libertadores de 2010, sendo eliminado pelo Internacional, que acabaria campeão. Antes dos 18 anos já estava na Europa, defendendo o Porto-POR, onde conquistou títulos importantes, como o tricampeonato português e a Liga Europa. Por tantos feitos, o milionário Monaco-FRA não titubeou em pagar 45 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões) para contratá-lo em 2013.
Depois do jogo contra o Uruguai, no qual marcou um dos mais belos gols desta Copa, James Rodriguez manteve a humildade. “Fico feliz, principalmente porque ajudei mais uma vez. Só quero que a Colômbia chegue longe”, disse.
O técnico da Seleção Colombiana, o argentino José Pékerman, por sua vez, destacou a importância do jogador para sua equipe, que pela primeira vez chega a uma quartas de final de Mundial. “Estamos vendo um James impressionante nesse torneio”, declarou o treinador, para quem esta é a Copa da joia cafeteira. “Apostei muito nele porque via que tinha condições incríveis. E o mais surpreendente é que, na idade dele, não tem nenhum problema com a responsabilidade de fazer coisas que outros levam muitos anos para fazer e entender. Estamos diante de um jogador técnico, que tem tudo o que um jogador de primeiro nível mundial tem.”
ADVERSÁRIOS Mesmo os adversários reconhecem a qualidade do camisa 10 da Colômbia. “Não o conheço pessoalmente, mas ele vem mostrando talento desde os 17 anos, quando foi para a Argentina. Talento digno de Maradona, de Messi. Pelo que vi, é o melhor jogador do Mundial, goleador, dá assistência”, afirmou o técnico do Uruguai, Oscar Tabárez, revelando que até tentou fazer sua equipe limitar os espaços do colombiano no sábado, mas isso não foi possível. “Tem muita criatividade. O futebol precisa de jogadores assim para o espetáculo.”
Resta saber como a Seleção Brasileira vai se portar para fazer o que os uruguaios não conseguiram. Sem Luiz Gustavo, suspenso, Scolari poderá promover a volta de Paulinho, recuando Fernandinho. Outra opção é a entrada do zagueiro Henrique como volante. Qualquer que seja a opção, será preciso redobrar a atenção com o camisa 10, que tem se mostrado até mais decisivo que Neymar.
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