Dia de Seleção Brasileira no Mané Garrincha

BRAZIL-WORLDCUP/Como diria Renato Russo na letra de Eduardo e Mônica, “quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração”. Quando Luiz Felipe Scolari e a Seleção marcam um encontro no Distrito Federal, algo importante está para acontecer em Brasília, cidade em que o romance do gaúcho de Passo Fundo com o agasalho de treinador do Brasil começou há 13 anos. Não será diferente hoje, às 17h, no Estádio Nacional Mané Garrincha, contra Camarões.

Felipão terá a responsabilidade de classificar a esquadra verde-amarela para as oitavas de final em um dia histórico. O Brasil completa hoje 100 partidas no almanaque da Copa do Mundo. Uma coincidência a mais para quem foi apresentado pela primeira vez como treinador da Seleção justamente na capital do país, em 2001. O sim para a paquera foi rápido e o embarque de Belo Horizonte — onde renunciou o Cruzeiro — rumo a Brasília, imediato para assumir o cargo. Começava aqui a trajetória do penta, e pode partir novamente de Brasília a arrancada para o hexacampeonato.

Descontente com o desempenho da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa de 2002, o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, apresentou Felipão como solução aos trabalhos desastrosos dos antecessores dele, Vanderlei Luxemburgo e Émerson Leão. No olho do furacão da CPI do futebol, o cartola nem viajou para o Rio. Preferiu apresentar o novo comandante em uma mansão que a entidade mantinha no Lago Sul.

O reencontro de Felipão e da Seleção com Brasília foi triunfal. A primeira escala em solo nacional depois da conquista do penta no Japão e na Coreia do Sul? A capital do país, com direito a desfile no trio elétrico e cambalhota de Vampeta na rampa do Palácio do Planalto no encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Parecia ter sido a última troca de olhares entre Felipão, a Seleção e a capital do país. Anunciada a separação, o técnico foi ganhar uns trocados na Europa enquanto a prancheta verde-amarela passava de mão em mão. Carlos Alberto Parreira, Dunga e Mano Menezes tentaram tratá-la com o mesmo carinho, mas a saudade bateu e o triângulo amoroso foi refeito em um outro canto da cidade.

O primeiro jogo oficial de Felipão no retorno ao cargo foi no Estádio Nacional Mané Garrincha, na vitória por 3 x 0 sobre o Japão na Copa das Confederações. Começava a trajetória do tetra no evento teste para o Mundial de 2014. Patriota, o treinador também fez charme com a cidade em 7 de setembro do ano passado, Dia da Independência, com uma goleada por 6 x 0 sobre a Austrália.

Oito meses depois, Felipão e a Seleção estão de novo juntinhos na capital do país para uma festa estranha com gente esquisita. A Seleção completa hoje 100 partidas na Copa com um risco remoto de eliminação. O adversário é Camarões, suspeito pela Fifa de estar vulnerável ao jogo sujo das casas de apostas. O chefe de segurança da entidade máxima do futebol, Robert Mutscke, considera o duelo de alto risco para a manipulação de resultados.

O Brasil também está na mira. A definição do Grupo B, de onde virá o possível adversário ado Brasil nas oitavas, será conhecido antes da partida no Mané Garrincha. Robin van Persie, da Holanda, insinuou que o Brasil pode escolher o rival. Alheio ao ataques de ciúme da concorrência, o triângulo amoroso entre Felipão, a Seleção e Brasília promete mais um final feliz. Que o retorno seja com a taça, como em 2002, não para a decisão do terceiro lugar.

FICHA TÉCNICA
CAMARÕES X BRASIL

Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data: 23 de junho de 2014, segunda-feira
Horário: 17h
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia)
Assistentes: Mathias Klasenius e Daniel Warnmark (ambos da Suécia)

CAMARÕES: Itandje; Djeugoue, Nkoulou, Chedjou e Nounkeu; Matip e Makoun; Mbia, Moukandjo e Choupo-Moting; Webo
Técnico: Volker Finke

BRASIL: Júlio César; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Fred e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Fonte: Super Esporte

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