Telecentro capacita 90 pessoas de comunidades agrícolas em Igaci

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Geniele é filha de agricultor e mora no sítio Papagaio, no município de Igaci. O acesso ao computador sempre foi uma dificuldade, acrescida da falta de conhecimento sobre como utilizar a máquina. Com a chegada de um telecentro do Programa Alagoano de Inclusão Digital do Governo de Alagoas à sede da associação de pequenos agricultores (Aagra), Geniele enxergou uma oportunidade. Juntou vinte jovens do seu sítio e batalhou por cursos de informática no telecentro.

Na última sexta-feira, Geniele, seus vinte amigos e mais setenta pessoas advindas de comunidades agrícolas receberam certificados de conclusão de curso de informática básica e avançada. A turma de Geniele recebeu o certificado do avançado, depois de um ano de capacitações, seis meses para cada curso.

“Apesar das aulas serem aos domingos, ninguém do meu sítio desistiu. Para nós sempre foi uma alegria poder vir ao telecentro aprender novas coisas, viramos uma família. Para mim foi um presente na minha vida, pois hoje faço faculdade à distância e tem muitas coisas que eu não conseguia fazer antes do curso básico e do avançado e hoje já consigo me virar”, diz Geniele.

O engajamento da turma de Geniele e das demais não foi por acaso. Aluna do curso de ciências da computação na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), campus de Arapiraca, Ana Marta Torres é a professora voluntária que capacitou os 90 alunos e recebeu de cada turma uma homenagem honrosa.

“Os meninos chegaram com muita dificuldade, muitos não sabiam nem ligar o computador. Além disso, o que aprendiam nessa semana, na outra já tinham esquecido, mas fomos moldando o ensino e adequando a realidade deles. Sempre buscando conciliar a atividade do telecentro com o dia-a-dia, trabalhando textos e planilhas com temáticas agrícolas”, explica Marta.

No curso básico, Marta ensina toda a suíte do libre office, o editor de texto, wirtter, as planilhas do Calc e apresentações de slides no Impress. Já no curso avançado, Marta ensina dicas para internet, como conceitos de privativo, o uso de google docs, além do Inkscape, software livre de vetor, e o editor de imagens, Gimp.

“A professora Marta foi uma benção para as nossas vidas, todos deveriam ter uma Marta”, comenta a coordenadora do Aagra, Cristianlex, que conseguiu trazer a professora para o telecentro.

Cristianlex foi a responsável pela organização de tudo, desde as aulas no telecentro, até a grande festa de conclusão  que contou com palestras do coordenador do projeto de inclusão digital do Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas (Itec), Robson Paffer, do professor de Psicologia da Ufal de Palmeira dos Índios Antonio Cesar.

Fizeram parte da programação, a entrega dos certificados, as homenagens, a publicação de um cordel sobre o telecentro e de um documentário feito por eles, além da troca de experiência com mais dois telecentros do governo do Estado localizado em Igaci e em Estrela de Alagoas. A festa foi encerrada com um bolo de comemoração e forró pé-de-serra.

“É gratificante ver os frutos deste trabalho. Ver todos estes depoimentos vai além da emoção, nos dá força para continuar levando o projeto adiante”, disse Paffer.

O Digitalagoas já implantou 46, dos 50 telecentros previstos em 32 municípios alagoanos.

O projeto faz parte do Programa Alagoano de Inclusão Digital, coordenado pela Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação de Alagoas (Secti), que além da implantação de 70 telecentros, é responsável também pelos quiosques digitais no interior.

 

 

por Isabelle Carvalho

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