Em AL, alunos africanos se reúnem para apoiar Gana na Copa do Mundo

dsc08625A seleção de Gana irá desembarcar no dia 11 de junho em Maceió, onde realizará os treinos para a Copa do Mundo durante as próximas semanas. E os ganeses serão recebidos de braços abertos por torcedores africanos que moram na capital alagoana. O GloboEsporte.com reuniu algum desses estudantes, que cursam as mais diversas disciplinas na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para um bate-papo.

Os alunos fazem parte do Programa de Estudantes Convênio de Graduação, o PEC-G, que possibilita estudantes de outros países a integrarem os cursos de graduação da Ufal. E o programa conta atualmente com mais de 40 estudantes do continente africano. Jesuisa de Oliveira, de 29 anos, é de São Tomé e Príncipe, e é com orgulho que ela fala sobre o amor que sente pelo futebol. A africana é jogadora e participa de um time da Ufal.

– Sou apaixonada por futebol. Aqui em Alagoas eu gosto do CSA, mas falando em um nível nacional eu gosto muito do Santos, por causa do Neymar (risos). A expectativa está muito grande para a Copa do Mundo. Só estou um pouco triste de não ter conseguido ingressos para ver os jogos. Esse é o meu último ano no Brasil e poderia fechar com chave de ouro. Não sei quando vou ter a oportunidade de estar em um país que esteja sediando a Copa do Mundo.

Jesuisa conta que o plano é conseguir recepcionar Asamoah Gyan, Sulley Muntari e companhia no desembarque da comitiva ganesa em Maceió, que será na próxima quarta-feira. E caso tenha oportunidade a estudante de direito diz que espera entregar presentinhos aos jogadores.

– Queremos recepcioná-los na chegada, lá no aeroporto, depois vamos fazer visita, levar uns presentinhos para dar aquele calor africano, que é para eles se sentirem em casa. No nosso grupo não tem ninguém que seja de Gana, mas acho que o importante é ter representantes da África para recebê-los – disse.

O estudante da agronomia Aurel, de 19 anos, conta que, apesar de apoiar a seleção brasileira no Mundial, vai também dar todo o suporte para as seleções da África, principalmente para Gana.

– Eu estou no Brasil então tenho que torcer para o Brasil (risos). Mas não vai ter uma seleção para quem vou torcer apenas, vão ter seleções. Como sou africano tenho que torcer também para os times africanos, mas espero que o melhor ganhe. A Gana já se destacou há muito tempo no futebol, e eu já morei lá durante um tempo, meu país é muito próximo de Gana, são duas horas de viagem. É quase o meu país, tenho muita simpatia, então vou torcer para Gana porque joga muito mais que os outros times da África.

O número 10 do Olympique de Marseille, André Ayew, foi exaltado por Aurel, que destacou a entrega do jogador durante as partidas: “joga com o coração”.

– André Ayew é de quem gosto mais. Ele joga com o coração. Você vê, mesmo quando ele está cansado você vê todo o seu esforço, ele dá tudo para jogar o melhor que seja. Na Copa passada, a Gana chegou muito longe, mas acho que apesar de ter bons jogadores vai ser difícil pois tem times como Portugal e Alemanha no grupo, mas quem sabe né? Jogo não é matemática.

Já Valdo Lopes, de 25 anos, prefere torcer pela seleção de Cristiano Ronaldo. O corintiano e torcedor do CRB fala da admiração que sente pelo ídolo português, e diz que vai apoiar a Lusa no Mundial.

– Apesar de ficar feliz se a Gana ganhar, vou torcer para Portugal, eu acho que eles levam. Gosto muito do futebol de Cristiano Ronaldo e boto fé em Portugal – disse.

Apesar disso, o africano de Cabo Verde não esconde a alegria de receber os Estrelas Negras durante a chegada da comitiva ganesa à capital alagoana.

– Vai ser muito bom, vamos interagir com eles, para nós vai ser muito bom. Os jogadores da Gana são bem conhecidos internacionalmente, muito deles jogam na Europa. Vai ser muito bom conhecer eles pessoalmente. O Prince Boateng e o Gyan, o próprio Essien, o Muntari. É uma das seleções africanas que mais dá dificuldades na copa. A Gana e a Costa do Marfim são as melhores que eu acho.

Bons anfitriões 

A África do Sul sediou, sob os olhares de desconfiança da comunidade mundial, a Copa do Mundo de 2010. Desde o anúncio que o Brasil seria o próximo país a receber um Mundial, foram feitas as mesmas indagações. O estudante de medicina Halbate Barbosa, de 26 anos, compara as duas situações, para ele o Mundial da África foi bem-sucedido.

– A África sediou a Copa e todos falavam muito antes que seria uma catástrofe, mas no final foi bem organizado, e teve bons retornos. Hoje em dia o país está sendo referência. Teve uma pesquisa que apontou que a Fifa lucrou mais com a organização da Copa na África do que em todas as outras copas. Para o país foi bom, ajudou a crescer em termos de turismo – observou.

Halbate destacou o empenho do governo africano para que o Mundial desse certo. E quando o assunto é a Copa do Mundo do Brasil, ele é otimista. O africano de Guiné-Bissau diz que o que aconteceu na África há quatro pode se repetir.

– Houve uma participação da comunidade internacional e o governo empenhou-se muito para isso acontecer, houve um planejamento em longo prazo. Teve um reconhecimento de um país com um estado organizado. Então eu acho que o Brasil também vai conseguir fazer um bom evento.

A estreia de Gana no Mundial está marcada no dia 16 de junho, em Natal, diante dos Estados Unidos. O grupo dos ganeses conta ainda com a participação de Alemanha e Portugal.

 

Fonte: Globo Esporte

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