Collor afirma que “Veja” fez acusações infundadas a Biu de Lira

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O senador Fernando Collor (PTB), em pronunciamento, afirmou que está providenciando consulta oficial à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para ter acesso a documentos e informações relacionados às notícias de supostos depósitos efetuados em contas de sua titularidade, atribuídos a um dos envolvidos na Operação Lava-Jato; Collor acusou a revista Veja de, após ser condenada a lhe pagar uma indenização de R$ 1,4 milhão por calúnia, injúria e difamação, tentar mais uma vez atingi-lo.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) acusou a revista Veja de, após ser condenada a lhe pagar uma indenização de R$ 1,4 milhão (valor corrigido) por calúnia, injúria e difamação, tentar mais uma vez atingi-lo. Collor se referiu à matéria em que a revista informa que ele teria recebido depósitos bancários do doleiro Alberto Yousseff, envolvido na operação Lava Jato da Polícia Federal, que investigou um esquema de evasão de divisas com volume estimado em cerca de R$ 10 bilhões.

No entanto, segundo o senador, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, já informou ao Supremo Tribunal Federal que o senador não está envolvido em nenhuma das oito ações penais decorrentes das investigações realizadas.

Para o parlamentar, desde a primeira reportagem, ficou clara a tentativa de vincular seu nome à operação da Polícia Federal.

— Como sempre, levantaram suspeitas, camuflaram informações, emitiram insinuações e, pior, fizeram acusações — lamentou.

Fernando Collor ressaltou que, em abril deste ano, já após a condenação pela Justiça, a revista publicou matéria em que denunciava o depósito de um cheque de R$ 8 mil na conta bancária de Collor, que seria produto de um “suposto e mirabolante esquema de origem e intermediação”. Ele observou que nem a própria revista soube explicar a própria denúncia.

Agora, acrescentou Collor, a Veja retoma o fato, apontando outros depósitos bancários. O parlamentar lembrou que as denúncias se seguem à sua absolvição pelo STF em relação a acusações de peculato, corrupção e falsidade ideológica no período em que foi presidente da República.

Ele também questionou o motivo de, em abril, a revista informar apenas um depósito.

— Por que divulgaram, àquela altura, tão somente a informação de um único depósito se todos os comprovantes foram certamente encontrados juntos? Como pode, em uma história de suposto interesse jornalístico, reportar o fato de forma incompleta? Qual foi, afinal, a intenção de omitir as demais informações que, agora, eles mesmos apresentam? Convenhamos, que é inimaginável que uma fonte jornalística não prestasse por completo tal informação — argumentou.

Outro questionamento diz respeito à mudança de postura da revista sobre a informação de que o repasse teria sido feito por um banco clandestino e por intermédio de um ex-diretor da Petrobras, o que não foi confirmado posteriormente.

Fernando Collor cobrou a identificação do responsável pelo vazamento, em abril, da primeira informação acerca do depósito de R$ 8 mil que levou a Veja a publicar a matéria, se somente no dia 22 de maio, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, informou oficialmente sobre os depósitos ao ministro do STF Teori Zavascki.

— O acesso à informação se deu dentro da lei? E, novamente, por que o seletivo vazamento se deu parcialmente, de forma incompleta? A quem interessava vazar e, mais ainda, reter outras informações? — perguntou.

Fernando Collor afirmou que a revista está errada e disse que vai pedir à Polícia Federal e à Justiça acesso ao conteúdo das investigações para poder se pronunciar melhor sobre o assunto.

— O fato é que tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido tempo, e no seu devido lugar. Por isso, estou providenciando uma consulta oficiai à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, no sentido de ter acesso aos documentos e a todas as informações que me dizem respeito, a começar pela exata descrição de como, por quem e em que condições foram achados e vazados os ditos comprovantes.

Ao encerrar seu pronunciamento, Fernando Collor enfatizou que não conhece o doleiro Alberto Youssef e jamais manteve qualquer relacionamento de ordem pessoal ou política com ele. Afirmou o mesmo em relação a Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e acrescentou que conhece Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos quando exerceu a Presidência da República, mantendo relação de amizade e respeito com ele e a família, há mais de 30 anos.

 

Fonte: Agência Senado

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