Governo já fala em prorrogar Mais Médicos até 2019

Médicos cubanos na chegada ao Brasil no aeroporto de Brasília, em agosto de 2013

O governo brasileiro considera a possibilidade de renovar o programa Mais Médicos por mais alguns anos, mesmo que a iniciativa não tenha completado sequer seu primeiro ano de vida.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, em Genebra, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, deixou aberta a possibilidade de uma renovação além dos três anos originalmente planejados. Isso porque, de acordo com ele, o país precisará de mais tempo para formar novos médicos que possam atuar nas regiões supridas pelo programa.

“Muito provavelmente será necessário renovar o programa mais uma vez”, disse.

Em 2013, quando o programa foi criado, o governo insistiu que se tratava de uma medida de urgência e que tinha como objetivo suprir um déficit de médicos em diferentes regiões do país. Se o projeto for estendido por mais três anos a partir de 2016, terminaria apenas em 2019.

No total, 14.100 médicos passaram a fazer parte do programa, sendo que mais de 10.000 são cubanos e apenas 2.600 são brasileiros — entre eles, 1.200 estudavam ou atuavam no exterior e voltaram ao Brasil para o programa. “Só podiam pedir (o programa) municípios que estivessem dentro do critério que estabelecemos. Além disso, os primeiros a escolher onde queriam ir foram os brasileiros. O que sobrava foi para os cubanos”, disse Chioro.

Segundo o ministro, cada uma das cidades atendidas será avaliada antes de uma eventual renovação e uma das esperanças é de que as vagas hoje preenchidas pelo Mais Médicos comece a ser ocupada por brasileiros que decidam permanecer nos municípios.

Formação — De acordo com Chioro, as ações do governo não se limitam a importar médicos. Mas o ministro alerta que a formação de novos médicos pode levar de seis a nove anos. Segundo ele, até 2017, 11.400 novas vagas serão abertas para o curso de medicina no Brasil.

O Ministério da Saúde também quer uma mudança no perfil dos médicos formados no Brasil. A grade curricular das faculdades mudou para colocar 30% do curso voltado à formação em atendimento básico. Para a residência, será necessário um ou dois anos de saúde familiar como precondição para que o aluno possa ir para sua especialidade.

(Com Estadão Conteúdo)

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