Advogado palmeirense defende Tcheca de falsidade ideológica
O casal da República Tcheca Pert Salta e Iveta Lukuvkova foram ouvidos pela juíza Raquel da Silva Gama, titular da 17ª Vara Criminal da Capital na tarde da última segunda-feira (19), em audiência realizada no Fórum da Capital, no Barro Duro.
Os réus estrangeiros são acusados pelo crime de falsidade ideológica no Brasil e foram descobertos em uma blitz da Polícia Militar, no município de Novo Lino, em maio de 2013.
Outros dois réus são acusados de facilitar a falsificação de documentos, dentre eles um policial civil.
Pert Salta era procurado pela Interpol por um golpe de 10 milhões de euros na República Tcheca. No depoimento, ele confessou ter falsificado os documentos, com a ajuda do policial civil, e afirmou não ter contado à sua namorada sobre o crime. O tcheco explicou, também, que conheceu o brasileiro em um posto de combustível, no bairro Pajuçara, o qual ajudou em questões de segurança e moradia durante a estadia em Alagoas.
Iveta Lukuvkova, que estava acompanhada do advogado palmeirense Antonio Luiz Gonzaga Filho, afirmou à juíza, que exercia a profissão de cabeleireira em seu país, e disse não saber dos documentos falsos, afirmando estar chateada com o namorado, pois Pert Salta não deixou transparecer que a situação era ilegal. Ao ser questionada pela juíza Ana Raquel pelo motivo de vir ao Brasil, a tcheca respondeu que teriam vindo para passar férias, pois era costume eles viajarem.
Para o advogado de defesa de Iveta não resta dúvida que ela não tem participação no crime “Não há provas de que ela cometeu o crime, ela não tinha interesse de ter um passaporte falso, nem identidade falsa, minha cliente jamais estava sendo procurada pela Interpol” afirmou Antonio Gonzaga .
Sentença
Será necessário realizar uma análise das provas para saber se Iveta Lukuvkova não tem participação no crime, como alegou Pert Salta. Os outros dois réus também serão ouvidos, sem data prevista, antes da juíza proferir a decisão.
A juíza Ana Raquel da Silva Gama afirmou que em outro momento será dada a sentença dos dois acusados estrangeiros.
O advogado de defesa da tcheca falou das dificuldades do caso, por se tratar de estrangeiro. “Esse é um caso muito emblemático por conta dos vários ramos do direito que envolve por ela ser estrangeira, e é essa a questão do processo, estar na 17º vara, pela quantidade de pessoas envolvidas”, explicou Gonzaga.
O Cônsul tcheco participou da audiência como tradutor.
Pert Salta está no presídio e Iveta está na prisão domiciliar na pastoral carcerária, esperando a decisão do julgamento.
Redação Estadão Alagoas