Ex-presidente da FPF, Eduardo José Farah morre em São Paulo
O ex-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) Eduardo José Farah morreu na manhã deste sábado em São Paulo. Segundo o serviço de informações do HCor, ele sofreu falência múltipla dos órgãos em decorrência de problemas cardiológicos.
Segundo o hospital, o ex-dirigente morreu, aos 80 anos, por volta das 5h30. Farah era internado com frequência desde novembro do ano passado e estava hospitalizado desde o dia 19 de abril. O cartola foi enterrado às 16h, no cemitério do Morumbi.
Farah foi presidente da Federação Paulista de Futebol entre 1988 e 2003. Durante esse período, muitas polêmicas surgiram no futebol paulista. Em sua gestão, ele adotou a disputa de pênaltis em jogos empatados no tempo normal durante a fase de pontos no Paulista, a criação do Rio-São Paulo e a utilização de dois árbitros por partida.
Foi ele também o responsável por implantar o uso do spray para marcar a distância da barreira em cobranças de falta, que depois seria expandido para todo território nacional.
Farah foi duramente criticado pelos regulamentos de algumas competições realizadas durante sua gestão. No Rio-São Paulo de 2002, São Paulo e Palmeiras empataram os dois jogos da semifinal e tiveram que decidir de maneira inusitada. Apesar da equipe alviverde ter a melhor campanha na primeira fase, a vaga ficou com o clube tricolor, pois o critério de desempate foi o menor número de cartões amarelos e vermelhos recebidos na semifinal.
Na época, Vanderlei Luxemburgo não perdoou o então presidente. “A culpa de tudo isso é do Farah e dos dirigentes que assinaram. É complicado você deixar um jogo como esse na mão do juiz”, disse sobre o torneio que terminou com o título do Corinthians.
Um dos feitos mais polêmicos de sua gestão foi o “Disque-Marcelinho”, em 1998. A entidade comprou o passe de Marcelinho Carioca junto ao Valencia e realizou uma votação por meio de ligações telefônicas para eleger o clube que receberia o jogador.
Após 11 dias da promoção, a torcida corintiana trazia Marcelinho de volta ao clube. Foram 62,5% das ligações para o Corinthians, 20,3% para o São Paulo, 9,5% para o Santos e 7,7% para o Palmeiras.
O mandatário deixou o cargo após uma briga judicial entre a FPF e a Rede Globo. Na época, o dirigente afirmava que a emissora carioca não havia exercido o direito de preferência pelo campeonato estadual e acabou acertando com o SBT.
Antecessor de Marco Polo Del Nero, hoje presidente eleito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na presidência da FPF, Farah se afastou do futebol em 2003, assim que deixou o comando da entidade. Nascido em 1934, o cartola sempre foi ligado ao Guarani, onde também foi presidente em 1967.
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