Governo de Alagoas fecha os olhos para a Unidade de Menores
O governo de Alagoas desconhece o problema da ressocialização, especialmente para menores, o que sociologicamente está comprovado que o fator do aleijamento ao procedimento de reeducar, faz com que acrescente ainda mais no índice de criminalidade no país.
Na manhã desta quinta-feira (15), a Unidade de Internação de Menores (UIM) de Maceió foi visitada mais uma vez pela equipe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que realiza mutirão no sistema socioeducativo de Alagoas, em parceria com o Tribunal de Justiça de Alagoas.
A juíza Ana Cristina, designada pelo CNJ para a ação, ouviu novos relatos dos jovens, que denunciam terem sido agredidos pelos monitores após a inspeção anterior, no início do mutirão, como represália ao que falaram para as autoridades.
O mutirão socioeducativo chega ao fim neste dia (16). Durante as inspeções, afirma a magistrada, foi constatada a completa falta de estrutura das unidades, além de que os adolescentes são mantidos quase 24h por dia em alojamentos insalubres, abafados e úmidos. “O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo está sendo descumprido de A a Z” lamenta Ana Cristina.
Para a juíza, as condições de acautelamento dos adolescentes não permitem um trabalho ressocializador. “O sistema socioeducativo em Alagoas está como uma bomba relógio, prestes a explodir a qualquer momento”. A magistrada informou que, com exceção da unidade feminina, todas estão superlotadas.
O juiz Márcio da Silva Alexandre, que atua junto ao Departamento de Monitoramento do Sistema Socioeducativo do CNJ, participou da inspeção. “Já é a terceira vez que visitamos Alagoas para inspecionar o sistema socioeducativo. Todas as vezes nos decepcionamos e cada vez a decepção é maior” declarou.
Reintegrar significa uma pessoa novamente ao convívio social, por meio de políticas humanística. Pelo que ficou esclarecido pela Juíza Ana Cristina e pelo Juíz Márcio da Silva, entendemos que a máquina governamental está de olhos fechados para esta questão. Até por que, são raros os presidiários que votam.
Da redação do Estadão Alagoas c/ Ascom