Morte do menor de Palmeira dos Índios no Neas será investigada
Da Redação
A morte do adolescente M.P.G.C., de 16 anos, na Unidade de Internação Masculina do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas), em Maceió, no último domingo (27), expôs a falta de segurança na unidade. Na manhã desta quarta-feira (30), o superintendente-geral de Administração Penitenciária, tenente-coronel Carlos Luna, reconheceu as deficiências e admitiu que durante as revistas aparelhos celulares são encontrados nos módulos.
Segundo ele, os aparelhos celulares, são lançados por cima do muro ou entram de forma irregular na unidade. “Eles não podem ligar de forma alguma para quem está do lado de fora do Neas”, explicou.
A família da vítima denunciou nos últimos dias que o menor efetuou ligações para a mãe dele de dentro da unidade revelando que recebia ameaças. O tio do adolescente, José Marcelo Roque, disse que o menor estava na unidade há quatro dias e ligou para a família para pedir créditos para celulares.
“Ele estava bastante nervoso e pedia para colocarmos crédito em celulares. Meu sobrinho estava sendo ameaçado e ninguém fez nada. O tempo que ele passou lá foi muito curto e nem chegamos a visitá-lo. Ele foi detido porque estava junto com um amigo que era maior e assumiu a culpa. Mas ele é um menino bom e nunca tinha se metido em confusão”, revelou.
De acordo com informações da Polícia Militar, semana passada o menor foi apreendido no bairro de Palmeira de Fora, em Palmeira dos Índios, sob acusação de envolvimento com drogas, e transferido, conforme determina a legislação, para o Neas.
O superintendente disse que uma sindicância para apurar de qual aparelho o adolescente se comunicou com a família e as causas da morte do menor serão apuradas. “Eles não podem ligar de forma alguma para quem está do lado de fora do Neas. Nós não sabíamos que ele estava sendo ameaçado. Se a família tivesse comunicado o caso para a SGAP ele poderia estar vivo. Também já entramos em contato com a Delegacia de Homicídios para ajudar nas investigações”, falou.
O menor estava internado no Módulo 1 da unidade e seu corpo foi encontrado com sinais de enforcamento no alojamento de número sete. O superintendente da SGAP diz que a falha pode ter ocorrido durante o horário de visitas. “Os menores que não recebem visitas ficam em outros módulos aguardando o fim do horário para não atrapalhar a intimidade dos outros familiares. Acreditamos que a falha ocorreu nesse ponto. Mas tudo isso será apurado”, reforçou Carlos Luna.
ESTADO NA JUSTIÇA
Ainda de acordo com o tio do menor, a família está abalada com a morte do adolescente. “A mãe dele está internada e não aceita a morte. Já falei com um advogado e vamos colocar o Estado na justiça. Alguém precisa pagar por esse crime cruel. Queremos saber como ele foi encontrado no Módulo 7 se estava cumprindo a medida no Módulo 1”, afirmou.