Meias-verdades levantam dúvidas sobre investigação da morte do dançarino DG

20140425225340878519iCom a credibilidade das unidades de Polícia Pacificadora (UPP)s) em xeque, após várias controvérsias envolvendo a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, assegurou que as investigações sobre o caso serão feitas com “rigor e transparência”. O governador, entretanto, evitou responsabilizar os policiais militares envolvidos e, em nota, disse que é preciso aguardar o resultado das apurações da Polícia Civil para possam ser tomadas as medidas cabíveis. Ele esperava receber a mãe de DG, Maria de Fátima da Silva, no Palácio das laranjeiras, mas ela recusou o convite (leia ao lado).

A morte de DG, atingido por um tiro nas costas quando tentava fugir de PMs, está envolto de dúvidas. Inicialmente, a perícia preliminar informou que o dançarino morreu em decorrência de uma queda. Depois, já com a confirmação de que o rapaz tinha sido alvejado por uma bala, informou que não havia como identificar a causa da morte no local do crime. Ontem, porém, o jornal carioca Extra publicou uma foto de DG caído na escada de uma creche com uma perfuração bastante visível nas costas.

A informação inicial da perícia já tinha sido contestada pelo secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Segundo ele, foi uma declaração prematura. O laudo do exame de corpo de delito confirmou que o dançarino foi mesmo atingido pelas costas por uma bala. De acordo com o delegado Gustavo Ribeiro, a foto publicada pelo diário carioca mostra exatamente a posição em que o rapaz foi encontrado. Ele, porém, defendeu o perito que fez a primeira análise no local do crime. “Imagino que, no primeiro momento, a vítima tinha outras escoriações, e ele (o perito) não tenha tido condições de afirmar (a causa da morte)”, disse. Segundo o delegado, o laudo local não tem a função de determinar a causa da morte, mas a dinâmica. O corpo de Douglas foi encontrado na terça-feira, dentro de uma creche do Morro do Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul da cidade.

 

Correio Braziliense

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