Argentina barra livros que São Paulo apresentaria em feira

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A prefeitura de São Paulo investiu R$ 2 milhões para a cidade ser homenageada na feira. Mas, mesmo assim, só uma fatia dos livros foi liberada pelo governo. “Dos 5 mil livros que queríamos trazer, trouxemos 500”, disseram assessores do prefeito Fernando Haddad.

O secretário de Cultura, Juca Ferreira, confirmou a jornalistas brasileiros que obras haviam sido barradas pelo país vizinho.

As exigências argentinas para importação são frequentemente criticadas por empresários brasileiros e se tornaram questão permanente na agenda bilateral.

Industriais do Brasil reclamam, principalmente, de uma medida que, na prática, impede, atrasa ou limita as exportações ao vizinho, a Declaração Juramentada de Autorização de Importação (DJAI).

No caso dos livros, as dificuldades teriam sido principalmente “burocráticas”, segundo fontes do governo brasileiro, o que levou autoridades de São Paulo a desistir da quantidade inicial dos livros.

O valor gasto na feira inclui despesas com livros de 100 autores, 25 filmes e músicos, como Arnaldo Antunes, que se apresentarão ao longo das três semanas de evento, representando a “diversidade” de São Paulo, segundo Haddad.

“Acho que é uma construção típica do Juca (Ferreira) de congregar e de mostrar toda a diversidade da cidade. Para que a nossa participação aqui fosse a mais participativa possível. Será um painel da cultura de São Paulo”, disse o prefeito.

Ferreira justificou o investimento num esforço de “aproximar” a cultura das duas cidades que, segundo ele, “têm muito em comum”.

O esforço parece ter surtido efeito – ao menos para os realizadores do evento. “São Paulo faz uma apresentação impressionante”, disse à BBC Brasil a organizadora da feira, Gabriela Adamo.

Organizadores definem a feira como uma das maiores do mundo pela quantidade de dias, público, livros e espaço onde ela é realizada, até o dia 12 de maio, no bairro de Palermo.

‘Portenhos na Copa?’

Haddad caminhou com o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, de centro-direita, pela estação de metrô Plaza Italia. O prefeito paulistano questionou sobre como a cidade pagava o serviço de metrô, que até recentemente era ligado ao governo federal.

O petista quis saber ainda se “muitos portenhos” virão para a Copa do Mundo, cuja abertura será em São Paulo no dia 12 de junho, com partida entre Brasil e Croácia. Macri disse que sim, e brincou que a única diferença entre eles seria na hora de torcer no Mundial.

“Buenos Aires e São Paulo estão cada vez mais próximas. E hoje para os paulistanos, vir aqui é quase como uma ponte aérea Rio São Paulo”, disse, ao entregar a Haddad o titulo de cidadão iluestre da cidade.

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