Penitenciária de Pedrinhas registra mais 2 mortes
Dois presos foram achados mortos este final de semana na prisão de Pedrinhas da cidade de São Luís, considerada a mais violenta do Brasil e na qual neste ano já se contabilizam seis homicídios, informaram fontes oficiais.
O corpo de um interno identificado como Wesley de Sousa Pereira foi achado este domingo com sinais de estrangulamento em sua cela, enquanto que no sábado os guardas encontraram morto João Altair Oliveira com ferimentos na cabeça aparentemente provocadas por uma barra de ferro, segundo a secretaria regional de Administração Penitenciária.
As duas mortes elevam para seis as registradas este ano em Pedrinhas, penitenciária na qual aconteceu 59 assassinatos em 2013, e para nove as contabilizadas no sistema penitenciário do Maranhão.
Segundo estatísticas do Conselho Nacional de Justiça, dos 59 internos assassinados no ano passado em Pedrinhas, nove morreram em uma rebelião em dezembro na qual também houve 20 feridos.
Desde o motim de dezembro a segurança no presídio foi reforçada por membros da Polícia Militar do Maranhão e da Força Nacional de Segurança.
A maioria das mortes foi atribuída a uma guerra entre bandos rivais de presos que atuam em Pedrinhas, um complexo com capacidade para 1.770 reclusos mas que sempre alojou um número muito superior.
As autoridades do Maranhão determinaram em janeiro passado a mudança para presídios de máxima segurança em outras cidades de nove presos que estavam em Pedrinhas e que eram assinalados como os líderes das organizações em disputa.
Em janeiro uma comissão legislativa de Direitos Humanos denunciou que familiares de alguns internos eram obrigados a ter relações sexuais com os líderes dos bandos rivais durante os dias de visitas.
A rivalidade entre as organizações criminosas de Pedrinhas se estendeu no começo do ano para as ruas de São Luís na forma de ataques a ônibus e delegacias de Polícia, nos quais morreu uma menina de seis anos.
Segundo dados oficiais, a população recusa do Brasil supera os 550 mil internos, o que representa 30% mais do que as prisões do país podem abrigar.
Calcula-se que quase 40% dos presos se encontra em prisão preventiva à espera de sentença.
EFE