Coordenador espera achar destroços em dias
O coordenador das operações de busca do voo MH370 da Malaysia Airlines revelou nesta quarta-feira (9) que espera encontrar ‘em alguns dias’ os destroços do Boeing 777-200 desaparecido desde 8 de março passado com 239 pessoas a bordo.
Angus Houston disse à imprensa, de acordo com a agência France Presse, que com a detecção dos sinais acústicos espera ‘ter uma pequena zona’ delimitada que permita, ‘em alguns dias’, encontrar ‘algo no fundo (do mar) que possa confirmar que este é o local onde se encontra o voo MH370’.
Na mesma entrevista, Houston revelou que um navio australiano que participa das buscas no Oceano Índico detectou, em duas ocasiões, novos sinais ‘compatíveis’ com as emissões das caixas pretas do avião.
“O Ocean Shield voltou a captar sinais, em duas ocasiões, na tarde e na noite de ontem (terça-feira)”, disse Angus Houston em Perth, no oeste da Austrália, de onde coordena as operações internacionais de busca.
Os trabalhos de busca se concentram em um arco de 600 km no sul do Oceano Índico, bem distante da costa australiana.
Após mais de 30 dias, as buscas se tornaram uma corrida contra o tempo, já que as baterias das caixas pretas estão no fim.
Assim que o sinal das caixas pretas for situado com mais precisão, será enviado ao leito marinho um robô de fabricação americana, o Bluefin-21, para buscar os destroços do avião.
O Bluefin-21, um veículo submarino em forma de torpedo e de quase cinco metros de comprimento é equipado com um sonar.
O robô é utilizado para detecção de minas, cartografia do solo marinho e busca arqueológica, entre outras missões. Após o sonar do Bluefin-21 situar o sinal, o robô será trazido à superfície e receberá uma câmera para gravar os destroços no fundo do oceano.
A busca pelo avião da Malaysian Airlines desaparecido há um mês deve custar centenas de milhões de dólares, tornando-se a mais cara operação desse tipo na história da aviação, com a participação de aviões, navios, submarinos e satélites de 26 países.
Estimativas compiladas pelas Reuters mostram que pelo menos US$ 44 milhões já foram gastos na mobilização de embarcações e aeronaves militares por parte da Austrália, China, EUA e Vietnã, no oceano Índico e no mar do Sul da China.
A cifra se baseia em estatísticas relativas ao custo por hora de vários equipamentos, avaliações de analistas de defesa e custos divulgados pelo Pentágono.
O valor do primeiro mês de buscas já é praticamente idêntico ao valor oficialmente gasto – em vários meses dispersos ao longo de dois anos – nas buscas pelo avião da Air France que caiu no Atlântico na rota Rio-Paris, em 2009.
Mas especialistas em resgates dizem que a conta total daquela operação pode ter sido três ou quatro vezes superior à cifra oficial, de modo que uma extrapolação para o caso do voo MH370 indica um valor na casa das centenas de milhões de dólares.
A estimativa de US$ 44 milhões no caso do avião malaio não inclui equipamentos oferecidos por países como Grã-Bretanha, França, Nova Zelândia e Coreia do Sul, nem custos como aviões civis, acomodação para centenas de pessoas envolvidas nas buscas e a remuneração de analistas de inteligência no mundo todo.