Recomeça limpeza da área e buscas por vítimas em Maceió

Homens e máquinas trabalham na retirada do trigo da rua  (Foto: Jonathan Lins/G1)

As buscas por vítimas e a limpeza da área atingida pelo desabamento de parte de uma das torres do Moinho Motrisa, uma fábrica de alimentos localizada na Avenida Comendador Leão, no bairro do Poço, recomeçam a partir das 8h desta terça-feira (8).

O trabalho de resgate foi suspenso pelo secretário interino de Estado da Defesa Social, José Maurício Maux, após quase oito horas de trabalho intenso.

O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira (7) e deixou vítimas feridas e carros soterrados pelo trigo armazenado no silo da fábrica que se rompeu.

A decisão de suspender as buscas se deu diante da pouca luminosidade e da improvável possibilidade de haver vítimas vivas no local. “As chances de encontrar vítimas estão virtualmente descartadas.

Vamos parar os trabalhos para a empresa esvaziar as torres [duas, das três que permanecem em pé, ainda estão cheias de trigo]”, informou o secretário, por volta das 23h30.

As primeiras informações repassadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) davam conta de pelo menos 20 feridos. A maioria recebeu atendimento e não precisou ser encaminhada ao hospital. Até às 22h30, apenas cinco pessoas haviam dado entrada no Hospital Geral do Estado (HGE).

Local onde ocorreu o acidente ainda encontra-se com trigo na rua (Foto: Jonathan Lins/G1)

A Defesa Civil de Maceió isolou 26 imóveis de uma vila que fica por trás do moinho devido ao risco de novos desabamentos. Os moradores da região foram orientados a procurar abrigo na casa de parentes. De acordo com o coronel Amâncio Nunes, secretário estadual da Defesa Civil, o isolamento deve durar entre uma semana e 15 dias, até o fim dos trabalhos no local.

Este é o caso da dona de casa Lúcia Sampaio, que teve parte da estrutura de sua residência danificada com o desabamento. “Foi um susto muito grande, achei que uma carreta havia invadido minha casa. Ficou areia até o muro do quintal. Por sorte ninguém ficou ferido”, contou.

Por meio de nota à imprensa, o grupo Moinhos de Trigo Indígena S/A (Motrisa) informou que estão sendo tomadas todas as providências no sentido de levantar as possíveis causas do acidente. A empresa informou ainda que não houve vítimas ou acidentados entre os funcionários e que todos os esforços no momento são no sentido de prestar auxilio às possíveis vítimas e respectivas famílias.

Foram necessárias oito viaturas do Corpo de Bombeiros, nove do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ainda duas motos para prestar socorro aos feridos. Diante da gravidade do acidente, viaturas reservas também foram encaminhadas ao local. “Quem estava a pelo menos 500 metros do local sofreu com o impacto do acidente”, disse o supervisor do Samu, Rodrigo Elisário.

Máquina retroescavadeira auvilia no trabalho de remoção do produto. (Foto: Derek Gustavo/ G1 Alagoas)

A identidade das vítimas foi divulgada por meio de um boletim médico durante a noite de segunda-feira. Jonas Natanael dos Santos Feitosa, 17, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado gravíssimo. Já José Cicero Bernardo da Silva, 47, Ricardo Lima de Souza, 43, José Gomes da Silva, 67, e Joseli Gregório de Andrade, 47, encontram-se em observação e o estado de saúde deles é considerado estável.

Em entrevista ao G1, um dos feridos encaminhados ao HGE, Ricardo Souza, conta que estava em uma oficina mecânica no momento do acidente. “O trigo me levou. Fui parar debaixo de um carro. Não deu tempo de correr. O rapaz que está entubado [Jonas Feitosa] estava dentro da oficina também e acabou imprensado entre os carros”, contou.

Moradores da região que presenciaram o acidente contaram à reportagem que a estrutura do prédio não passava por manutenção regular.

O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, afirmou que não havia irregularidades quanto à fiscalização do prédio. “Toda a documentação do moinho estava regularizada, também não recebemos nenhuma reclamação ou denúncia que apontasse o contrário”.

Pelo menos cinco viaturas da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) foram acionadas para controlar o trânsito na região e desviar o tráfego. Duas máquinas retroescavadeiras e um caminhão caçamba trabalham na remoção do produto espalhado na via.

Área do desabamento foi interditada pelas equipes de resgate. (Foto: Carolina Sanches/G1)

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