Buscas por vítimas de desabamento em moinho são suspensas

Chegou ao fim, pelo menos por esta noite, as buscas por vítimas do desabamento de parte de uma das torres do Moinho Motrisa. O acidente aconteceu na tarde desta segunda-feira (7) e deixou vítimas feridas e carros soterrados pelo trigo armazenado nos silos da fábrica, na Av. Comendador Leão, no bairro do Poço.

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A suspeita das equipes de socorro é de que poderia haver vítimas soterradas, mas diante da pouca luminosidade e da improvável possibilidade de haver vítimas vivas, as buscas foram suspensas e devem ser retomadas às 8h de terça (8).

As primeiras informações repassadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) davam conta de pelo menos 20 feridos. A maioria recebeu atendimento e não precisou ser encaminhada ao hospital.

Até às 22h30, apenas cinco pessoas haviam dado entrada no Hospital Geral do Estado (HGE).

O secretário interino de Estado da Defesa Social, José Maurício Maux, foi ao local do acidente por volta das 23h desta segunda (7) e se reuniu com representantes da Defesa Civil e do Corpo dos Bombeiros. Foi dele a determinação para que as buscas fossem suspensas.

“Nesse momento, as chances de encontrar vítimas estão virtualmente descartadas. Vamos parar os trabalhos para a empresa esvaziar as torres [as três que permanecem em pé ainda estão cheias de trigo].

Todas as pessoas desalojadas conseguiram abrigo na casa de amigos e parentes. Apenas uma senhora não conseguiu, solicitou amparo e foi atendida pelo Estado”, concluiu Maux.

A hipótese de não haver corpos sob o trigo, que já foi removido em grande quantidade da via, foi reforçada pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com a capitã Suzuki, o fato de nenhum parente ter aparecido para reclamar o desaparecimento de uma possível vítima e de não ser ouvido nenhum pedido de socorro debaixo dos escombros, reduz a quase zero a chance de ainda haver vítimas no local.

A Defesa Civil de Maceió isolou 26 imóveis de uma vila que fica por trás do moinho devido ao risco de novos desabamentos e os moradores da região foram orientados a procurar abrigo na casa de parentes. De acordo com o coronel Amâncio Nunes, secretário estadual da Defesa Civil, o isolamento deve durar entre uma semana e 15 dias, até o fim dos trabalhos no local.

Este é o caso da dona de casa Lúcia Sampaio, que teve parte da estrutura de sua residência danificada com o desabamento. “Foi um susto muito grande, achei que uma carreta havia invadido minha casa. Ficou areia até o muro do quintal. Por sorte ninguém ficou ferido”, contou.

Familiares buscam por informações (Foto: Carolina Sanches/G1)

Outra moradora, Carla Sampaio disse que, apesar de sua casa aparentemente não ter sido danificada, a família foi orientada a deixar o imóvel. “Os bombeiros falaram que existe o risco de novos desabamentos. Vou ficar na casa de parentes até saber o que fazer e quando poderei voltar”, falou.

Por meio de nota à imprensa, o grupo Moinhos de Trigo Indígena S/A (Motrisa) informou que estão sendo tomadas todas as providências no sentido de levantar as possíveis causas do acidente. A empresa informou ainda que não houve vítimas ou acidentados entre os fiuncionários e que todos os esforços no momento são no sentido de prestar auxilio às possíveis vítimas e respectivas famílias.

Foram necessárias oito viaturas do Corpo de Bombeiros, nove do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ainda duas motos para prestar socorro aos feridos. Diante da gravidade do acidente, viaturas reservas também foram encaminhadas ao local. “Quem estava a pelo menos 500 metros do local sofreu com o impacto do acidente”, disse o supervisor do Samu, Rodrigo Elisário.

Trabalho das equipes de resgate continua durante a noite (Foto: Carolina Sanches/G1)

A identidade das vítimas foi divulgada por meio de um boletim médico. Jonas Natanael dos Santos Feitosa, 17, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado gravíssimo. Já José Cicero Bernardo da Silva, 47, Ricardo Lima de Souza, 43, José Gomes da Silva, 67, e Joseli Gregório de Andrade, 47, encontram-se em observação e o estado de saúde deles é considerado estável.

Em entrevista ao G1, um dos feridos encaminhados ao HGE, Ricardo Souza, conta que estava em uma oficina mecânica no momento do acidente. “O trigo me levou. Fui parar debaixo de um carro. Não deu tempo de correr. O rapaz que está entubado [Jonas Feitosa] estava dentro da oficina também e acabou imprensado entre os carros”, contou.

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LocalizaçãoFábrica fica no bairro do Poço

Moradores da região que presenciaram o acidente contaram à reportagem que a estrutura do prédio não passava por manutenção regular. O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, afirmou que não havia irregularidades quanto à fiscalização do prédio. “Toda a documentação do moinho estava regularizada, também não recebemos nenhuma reclamação ou denúncia que apontasse o contrário”.

Pelo menos cinco viaturas da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) foram acionadas para controlar o trânsito na região e desviar o tráfego. Duas máquinas retroescavadeiras e um caminhão caçamba trabalham na remoção do produto espalhado na via.

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