André Vargas e Alberto Yossef: relações perigosas
André Vargas e Alberto Yossef: relações perigosas
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), encaminhou ao Conselho de Ética a representação feita pelo PSDB, DEM e PPS contra o deputado André Vargas (PT-PR). Informado, o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), disse que reunirá o colegiado nesta quinta-feira (10) para instaurar o processo por quebra de decoro parlamentar. Depois disso, André Vargas não poderá mais renunciar ao mandato para fugir de uma eventual cassação.
Nesta segunda-fiera, André Vargas licenciou-se do mandato por dois meses. Mas a licença não obstrui o andamento do processo. O conselho indicará um relator e abrirá prazo para que o acusado apresente sua defesa. Se quiser, o deputado licenciado poderá requerer a audição de testemunhas.
Estima-se que o processo deve estar concluído em dois meses. Se os colegas do petista concluírem que ele violou o decoro, o pedido de cassação irá ao plenário. A votação agora é aberta, o que inibe os surtos de corporativismo.
A petição das legendas oposicionistas, disponível aqui, reproduz o conteúdo das reportagens que expuseram as relações de André Vargas com o doleiro Alberto Yossef, preso desde 17 de março —da viagem de férias no jatinho particular à troca de mensagens que insinua uma parceria negocial do deputado com o doleiro, para obter contrato no Ministério da Saúde.
Se a lâmina prevalecer ao final do processo, André Vargas ficará impedido de disputar a renovação do mandato nas eleições de outubro. E verá ruir os seus ambiciosos planos. Atual vice-presidente da Câmara, ele se equipava para disputar a presidência da Casa em 2015. Terá outras prioridades —construir uma defesa que fique em pé, por exemplo.
Henrique Alves decidiu também encaminhar à Corregedoria da Câmara um pedido de investigação contra André Vargas feito pelo PSOL. As acusações são as mesmas. Só muda o escaninho. André Vargas disse que sofre um “massacre midiático”.
UOL