Deputados alertam; reajuste para servidores foi votado no ‘escuro’
Apesar de os deputados apontarem “insegurança jurídica” nos trâmites das matérias, os parlamentares aprovaram, na sessão ordinária desta quinta-feira (3), os projetos de lei que implantam melhorias salariais para os servidores da Educação, da Saúde, da Procuradoria Geral do Estado, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e do Tribunal de Contas do Estado.
Como os seis projetos chegaram apenas na tarde de hoje, os parlamentares votaram, segundo eles, sem conhecer integralmente o conteúdo.
Por ter criticado o que considera como falta de respeito do governo, o vice-presidente da Assembleia, deputado Antonio Albuquerque (PRTB), chegou a ser vaiado pelos servidores que acompanhavam da galeria a sessão.
Para ele, os projetos apreciados em plenário enganam os servidores e podem ser, inclusive, questionados judicialmente por qualquer um.
“Bastou uma rápida olhada para observar que os servidores da educação estão sendo enganados. O governador [Teotonio Vilela Filho] prometeu 8,32% de reajuste, o que é mentira. Só 6% diz respeito à reposição da inflação. Só em novembro, após a eleição, os professores terão 2,32% de reposição. Será que o próximo governador não vai invalidar esse reajuste, sem o devido trâmite, como deveria acontecer neste parlamento? Ele tem total direito”, expôs o parlamentar.
Só após um acordo entre as lideranças da Assembleia – que Albuquerque ameaçou não fazer parte frente às vaias – foi possível colocar os projetos em votação na ordem do dia. O líder do PT na Assembleia, deputado Ronaldo Medeiros, lamentou o fato de o governador ter deixado para a “última hora” o envio das matérias. A legislação eleitoral impede qualquer reajuste ao servidor público 180 dias antes da eleição, o que acontece na data limite do próximo domingo (6).
“O trabalhador público em nada tem a ver com o desrespeito desse governador. Eles são vítimas de uma postura lamentável desse gestor. O parlamento tem feito sua parte, mas é preciso que Vilela faça mais pela classe dos trabalhadores”, cobrou ele.
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