‘Não pensei em cair’, diz piloto de pouso de emergência em Brasília

Sem títuloO piloto que pousou, em segurança, um avião com 49 pessoas, sem trem de pouso marcou a semana. A frieza dele ao falar com a torre de Brasília foi impressionante.

“Tudo que veio na minha cabeça foi tudo aquilo que a gente sempre treinou e sempre fez no simulador e eu nenhum momento eu pensei em cair. Enquanto o avião tiver asas mesmo que ele perca os motores ele vai planar”, destacou o comandante Eduardo Verly.

Eduardo Verly, de 47 anos, é piloto de aviação comercial há apenas sete. Antes, era instrutor de voo. Nesta semana, ele realizou um de emergência no aeroporto de Brasília.

Na sexta-feira, o voo que partiu de Petrolina para Belo Horizonte e com conexão em Brasília, com 49 pessoas, a bordo teve problemas. O trem de pouso dianteiro do Fokker cem não abriu totalmente.

“Não obtivemos sucesso, ainda temos, ainda a informação do trem de nariz, ainda que não baixado e travado. A partir de agora, a gente declara emergência. A gente ainda tem ainda aproximadamente mais 17, 18 minutos ainda de combustível”.

A perfeita calma do comandante, numa situação extrema, chamou a atenção.

“Foi tão natural que depois quando eu escutei a gravação eu falei não sou eu não, não pode ser. Porque sai naturalmente eu não sei te explicar”, disse.

“Solicito apoio de solo, bombeiros e ambulância. Não tenho como prever, a princípio que a informação seja só indicação, mas eu não tenho como prever. Então gostaria de solicitar um apoio total de solo. E então mas, mais um pouco, daqui a mais uns quinze minutos a gente prossegue para pouso ou menos até, ou dez minutos, a gente prossegue para pouso”.

O pouso, como se diz na linguagem dos pilotos, foi de bico ou de nariz. Um cinegrafista amador gravou.

O avião de 24 toneladas levava 44 passageiros e cinco tripulantes. Ninguém se feriu.

Naquele momento que você demonstrou toda a tranquilidade do mundo, você realmente estava tranquilo?

“Estava porque parecia porque foi a coisa mais natural para mim porque tem sempre um script, no simulador a gente treina as panes”, conta.

O piloto sobrevoou o aeroporto para gastar combustível e diminuir o risco de explosão.

“Eu solicitei apoio de solo e o controle me informou que todos já estavam posicionados porque a gente ficou num período ali que eu tinha que baixar o combustível, porque a gente tinha que no caso de que o pior acontecesse eu tinha que pensar na possiblidade de faísca fogo e explosão”, destacou.

Naquele momento o que você disse para os passageiros e para a tripulação?
Piloto: Eu vou pedir aos senhores que mantenham se sentados, fazendo uso do seus cintos.

“Eu fui ver os passageiros e perguntei vocês estão bem? E eu tem uma cena de um passageiro que ele estava olhando para mim como se ele tivesse num passeio então eu falei cara eu fiz um bom trabalho. Depois de 40 min do ocorrido, 20 passageiros prosseguiram voo para suas localidades”, disse.

Uma das passageiras do voo que seguiu viagem foi a advogada Vanessa Freire, que embarcou com destino a Porto Velho, em Rondônia.

“Uma coisa que é importante é passar isso para o restante da equipe. E eu acho que fez isso com maestria. Ele coordenou tudo muito bem e isso daí fez com que fosse coroado de êxito”, disse o diretor de operação de voos da Avianca, Noberto Raniero.

O Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica, o Cenipa, já está investigando as causas do pouso de emergência e como acontece nesses casos os cinco tripulantes de voo incluindo o piloto foram afastados. Eles vão passar agora por exames de rotina, responder perguntas do Cenipa e podem ser liberados para voltar a voar em uma semana.

“Eu quero voltar a voar gente vocês não têm noção como eu quero sentar de novo na cabine e vamos embora gente, vamos voar”, afirmou o piloto.

 

 

Fonte: Fantástico

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