Interpol diz que Malásia não checava passaportes de passageiros
A organização de polícia internacional, Interpol, disse nesta sexta-feira (28) que o departamento de Imingação da Malásia nunca checou os passaportes de passageiros com o banco de dados da Interpol, em 2014, antes do desaparecimento do boeing 777 com 239 pessoas a bordo no dia 8 de março.
Segundo um comunicado publicado no site da organização, “a decisão da Malásia de não consultar o banco de dados de documentos perdidos e roubados antes de permitir que passageiros entrassem no país não pode ser usada para culpar falsamente a tecnologia ou a Interpol. Se há qualquer responsabilidade ou culpa por essa falha, ela recai apenas sobre o Departamento de Imigração da Malásia.”
A Interpol salientou ainda que uma simples consulta no banco de dados comprovaria em 2 segundos que os passaportes constavam no sistema, denominado de SLTD (na sigla em inglês, documentos de viagens roubados ou perdidos).
A Interpol declina de qualquer responsabilidade no caso, já que outros países acessaram o sistema e nega falhas no programa, da qual foi acusada pelo Departamento de Imigração da Malásia.
Em um ano, os EUA fazem 230 milhões de consultas ao sistema. O Reino Unido, 140 milhões. Singapura, mais de 29 milhões de vezes, diz a Intepol. “A verdade é que, em 2014, antes da tragédia do desaparecimento do Malaysia Airlines voo MH370, o Departamento de Imigração dea Malásia não fez nenhum cheque de passaporte de passageiro contra o sistema de dados da Interpol”, diz o órgão. “Em consequência disso, duas pessoas com passaportes roubados entraram no voo”, diz a nota.
Buscas continuam
Nesta sexta-feira (28), um dos nove aviões que sobrevoam a nova área de buscas pelos destroços do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines avistou objetos no mar, segundo anunciou no Twitter a Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA). Navios que estão à caminho da região devem chegar apenas no sábado. Só então poderão confirmar se os objetos são do Boeing desaparecido ou não.
A equipe de buscas se deslocou nesta sexta-feira para uma zona 1.100 km a nordeste do local até então explorado, após o surgimento de uma “nova pista crível”, informaram autoridades australianas. A nova área é mais perto da costa da Austrália, 80% menor do que a anterior e tem condições metereológicas melhores, que podem ajudar nas buscas.
John Young, gerente da AMSA, indicou que as centenas de objetos flutuantes que foram detectadas nesta semana por diferentes satélites, não deveriam ser destroços do avião, como chegou a ser considerado.
“A nova informação é baseada em uma análise contínua de dados de radares situados entre o Mar da China Meridional e o Estreito de Malaca, após a perda de contato com o voo MH370”, disse a AMSA.
Os dados “indicam que o avião voava mais rápido que o estimado previamente, o que provocou um aumento do consumo de combustível, e, portanto, a redução da distância percorrida pela aeronave, que se dirigiu para o sul do Oceano Índico”.
Fonte: France Press