Um grande amigo, excepcional jogador, líder, grande capitão. Foi o primeiro a erguer a taça de campeão mundial, um gesto que depois todos repetiram no Brasil e no Mundo. Foi um zagueiro de grande vigor físico, excepcional no jogo aéreo, firme por baixo.
Não tinha uma técnica apurada, como Mauro Ramos de Oliveira ou Ramos Delgado,mas compensava com vigor fisico extraordinário. Exercia forte liderança. Nasceu para ser capitão, líder e para jogar futebol – disse Pepe, também bicampeão mundial em 1958 e 1962, após receber a notícia.
Hideraldo Luís Bellini foi quem imortalizou o gesto de levantar a taça de campeão sobre a cabeça. Em 1958, na Suécia, ele era um dos líderes da equipe que encantou o mundo e venceu o time da casa na final por 5 a 2. Zagueiro, ele também esteve na conquista do bi, em 1962, no Chile, e no Mundial de 1966, na Inglaterra.
ÍDOLO NO VASCO
Bellini começou sua trajetória no futebol em 1946, na sua cidade natal. Por lá, ele jogou pela Sociedade Esportiva Itapirense. Três anos depois, o ex-zagueiro se transferiu para a Esportiva Sanjoanense, time no qual permaneceu até 1951. Um ano depois, acertou transferência para o Vasco da Gama.
Bellini, no entanto, não pegou uma época das mais gloriosas no Tricolor paulista. Com o estádio do Morumbi em fase de construção, não havia muito investimento no futebol. Resultado: o campeão do mundo não conquistou nenhum título pelo clube. Seu destino, então, foi o futebol paranaense. Pelo Atlético-PR, ele encerrou a carreira em 1969. Também sem conquistas.
– Céu está cada dia mais campeão. O querido Bellini foi levantar a Taça pra Deus. Descanse em paz. Você é eterno – escreveu o ex-atacante Dadá Maravilha em uma rede social.
SETE CAMPEÕES VIVOS
Com a morte de Bellini, apenas sete campeões de 1958 estão vivos atualmente: Zito, Zagallo e Pepe (os três bi em 1962), Pelé (vencedor ainda em 1962 e 1970) e Dino Sani, Moacir e
Mazzola.
Os outros ex-jogadores que já faleceram são Gylmar, Nilton Santos, Castilho, De Sordi, Djalma Santos, Oreco, Mauro, Orlando, Zózimo, Didi, Dida, Garrincha, Vavá e Joel.
É natural até hoje que as pessoas que frequentam o Maracanã, no Rio de Janeiro, marquem encontro na estátua do Bellini. Ao contrário do que muitos pensam, no entanto, o monumento não é em homenagem ao ex-zagueiro do Vasco, mas sim aos campeões mundiais de futebol. O rosto da estátua, por sinal, não tem nada a ver com o do bicampeão do mundo.
A confusão ocorre porque a imagem representada na estátua está segurando uma taça acima da cabeça e também uma bola com a outra mão. Imaginou-se, então, que poderia ser Bellini ali representado. Documentos da época informam que o rosto da estátua pode ser do cantor Francisco Alves ou do jornalista Hamilton Sbarra. Mas não há confirmação.