Produtos importados têm maior consumo em 18 anos no mercado brasileiro
A participação de produtos importados no consumo do país atingiu 22,3% em 2013, o maior índice desde 1996. Com o dólar baixo e o Custo Brasil sempre em alta, se tornou mais barato importar peças, componentes e produtos acabados do que investir na fabricação nacional. Pela primeira vez em 18 anos, o valor dos insumos importados para produção foi maior do que o das vendas externas da indústria de transformação. O chamado coeficiente de exportações líquidas, que calcula essa diferença, ficou negativo em 0,1%. Os dados constam da publicação Coeficientes de Abertura Comercial, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“O coeficiente aponta que a indústria de transformação passou a gerar receitas com exportação menores do que os gastos com insumos importados”, revelou o estudo, realizado em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). Para o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, o levantamento mostra a perda de competitividade da indústria nacional no mercado global. “O setor está cada vez mais focado em manter sua posição no mercado doméstico”, explicou Fonseca.
Não à toa, a balança comercial da indústria está deficitária em mais de US$ 100 bilhões e coloca em risco o desempenho anual do país, que pode fechar o ano com saldo negativo. Isso ainda não ocorreu porque as exportações brasileiras de commodities, sobretudo soja e minério de ferro, compensam o desempenho desastroso dos produtos manufaturados nacionais no mercado internacional.
Fonte: Correio Braziliense