Publicitária vence obesidade mórbida, perde 80kg e vira biatleta

O alerta de uma médica foi o pontapé inicial na reestruturação da vida de Flávia Soares, mais conhecida como Flor, de 34 anos, moradora de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, que atualmente, além de publicitária, é biatleta: nadadora e corredora profissional.

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Há dois anos, com 80kg a mais que os atuais 68kg, a endocrinologista Helena Bandeira decretou que Flor poderia até morrer em pouco tempo se não emagrecesse imediatamente. A situação se agravava por conta do hipotiroidismo, que a impedia de perder peso.

Tive várias transformações, mas minha essência continua a mesma. Estar viva e dar valor a isso por cada segundo é o mais importante. Como diria Oscar Wilde: ‘Amar a si mesmo é o início de um amor pra vida inteira.’ Isso basta!”

”Sempre fiz esportes, mas comecei a engordar muito depois que voltei a morar sozinha no Rio. A obesidade foi progressiva até virar mórbida quando cheguei aos 148kg. O que me levou a tomar uma atitude radical e fazer a operação foi quando minha endocrinologista falou que eu iria morrer logo se não emagrecesse”, disse.

Uma cirurgia bariátrica e dois anos foram suficientes para uma transformação radical. Mesmo com muito medo, Flávia Soares resolveu fazer a operação, em março de 2012. A jovem conta que depois da cirurgia os dias foram muito difícieis, mas com o tempo ela conseguiu emagrecer cada vez mais.

”Eu dei entrada no hospital com a certeza que iria mudar radicalmente a minha vida e gritar para o mundo e para mim que eu queria viver bem. Os primeiros dias do pós operatório foram muito difíceis: só era permitido líquido e eu sentia muita dor abdominal por conta da agressividade da cirurgia.

Tenho consequências até hoje como enjoos, dupping (alta glicemia se comer doce), concentração extrema durante a alimentação para não engasgar, tomar vitamina para o resto da vida, alimentação balanceada, já que a absorção é bem menor… Fiz um projeto de vida para cuidar de mim”, relatou.

Com a transformação radical veio também a mudança de cidade. Flor largou o trabalho no Rio de Janeiro, alugou o apartamento que tem na capital e foi morar com a mãe em Cabo Frio para poder se adaptar ao novo corpo e à nova vida. A publicitária também contou com a ajuda de uma psicológica. Segundo ela, as terapias eram essenciais para poder reestrutrar a nova vida.

”Estava renascendo e precisava focar porque não adianta só a cirurgia, pois o corpo só vai ser um reflexo da cabeça. Dá pra dar uma pirada se não tiver acompanhamento psicológico. É muito sério”, diz ela.

Biatleta

20Após três meses operada, Flor começou a fazer hidroginástica e voltou a nadar, esporte que sempre praticou desde os seis meses de vida. Com o tempo, ela começou a fazer ginástica localizada, treinamento funcional, crossfit e musculação. O apoio da família, amigos e profissionais foi essencial para não desistir. Flávia Soares teve tanta força de vontade que tornou-se biatleta e participa de competições locais. Atualmente, treina todos os dias. De manhã, faz natação e, no final da tarde, a parte de musculação e treinamento funcional. Uma das pessoas que ajudou a publicitária foi a treinadora Roberta Farah, de 35 anos.

”Nunca é tarde para mudar. A Flávia é exemplo para muitas pessoas que acham que não vão conseguir. A obesidade é uma doença mas, assim como outras, tem solução. Basta procurar ajuda. A Flor não desistiu em nenhum momento. Tudo que peço para ela fazer como exercício, ela desempenha bem. Falo sempre para os meus alunos: tem que ter foco, força e fé”, disse a treinadora, que trabalha como personal há 10 anos.

”Tem que querer mudar”

Só em ver as fotos de Flávia Soares, quem precisa emagrecer percebe que é possível. E é essa afirmação que ela tem como conselho. A jovem orienta tentar todas as possibilidades e ter muito foco. Comemorando os dois anos de vitória, ela deixou um recado para quem está acima do peso:

”As mudanças são rápidas e você tem que encará-las. Não são fáceis. Tem que ter peito e, principalmente, saber que a vida tem que mudar. Lembrando que a operação é definitiva, mas o seu corpo não. Se não se cuidar, volta a engordar. Nós somos uma máquina perfeita e nos adaptamos a tudo, inclusive a novas condições. A obesidade é uma doença que está acima de tudo na cabeça, quando não tem doenças paralelas envolvidas. Se tiver então, como é o meu caso com o hipotiroidismo, aí que o bicho pega mesmo. Tem que querer mudar”, aconselhou.

Emocionada, Flávia Soares encerrou a entrevista dizendo que muita coisa mudou depois que resolveu emagrecer, menos a própria essência.

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”Tive várias transformações, mas minha essência continua a mesma. Estar viva e dar valor a isso por cada segundo é o mais importante. Como diria Oscar Wilde: ‘Amar a si mesmo é o início de um amor pra vida inteira.’ Isso basta!”, finalizou.

G1.com

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