Gerente do Maikai é indiciado por homicídio qualificado
Um crime ‘bem orquestrado’. Essa é a avaliação do delegado Cícero Lima, coordenador da Delegacia de Homicídios, sobre o assassinato do empresário Guilherme Brandão, dentro da casa de shows e bar Maikai. O adjetivo denota o caráter de premeditação do assassino confesso, Marcelo Carnaúba, que antes de matar a vítima ligou o gerador da casa para encobrir o som do tiro.
Alia-se a essa informação a compra do revólver dias antes do crime, a dispensa de alguns funcionários, e a descoberta de que a fraude cometida por ele no estabelecimento fora descoberta por Guilherme Brandão. Não há valores definido sobre o desvio, mas a família do empresário especula que seja algo em torno de R$ 600 mil, desviados no prazo de 24 meses. Guilherme Brandão pretendia colocar Marcelo Carnaúba em férias e contratar uma auditoria para saber a real situação.
O empresário, no entanto, foi assassinado antes mesmo de pôr seu plano em prática. Foi surpreendido com um tiro na cabeça, dentro do próprio escritório. Marcelo Carnaúba, então principal testemunha do crime, criou dois assaltantes que teriam roubado R$ 2 mil e atirado contra o empresário num momento de reação.
As provas técnicas, formuladas pela Perícia Oficial, desmentiram a dinâmica do crime contada pelo gerente financeiro do estabelecimento. A posição do corpo, o tempo de coagulação do sangue não ‘batiam’ com os fatos narrados pela testemunha.
Interrogado, Marcelo assumiu o assassinato e entregou a arma do crime, que estava escondida na caixa de energia do estabelecimento.
Desde segunda-feira, 10, o delegado Cícero Lima colhe o depoimento de funcionários e fornecedores do estabelecimento. Marcelo Carnaúba, que já se encontra preso no sistema prisional de Alagoas, deve depor nessa quarta. A expectativa do delegado é obter mais informações sobre o desfalque promovido no Maikai.
Antes mesmo do prazo legal, Cícero Lima disse que o inquérito foi concluído e remetido à Justiça. O gerente financeiro foi indiciado por homicídio qualificado, ou seja, por motivo fútil. Segundo o código penal, Marcelo pode ser condenado de 12 a 30 anos de prisão. Ainda segundo Lima, as demais provas técnicas e depoimentos serão remetidos à Justiça como autos complementares.
O empresário Guilherme Brandão foi assassinado no dia 26 de fevereiro, dentro do seu estabelecimento. Dois dias depois, o gerente financeiro do Maikai, Marcelo dos Santos Carnaúba, confessou o crime ao promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, ao delegado Carlos Alberto Reis e ao juiz Maurício Brêda. O crime chocou a população alagoana e mobilizou a cúpula da Segurança Pública do Estado.
Com informações do Alagoas24horas