“La vem o lala urso!” – Um carnaval sem bunda de fora…
Sem bunda de fora, com muita lança perfume, pó de mico, óculos de plástico, spray de pimenta, corso durante toda à tarde na Praça da Independência, muito talco, máscaras, blocos, visitas surpresas às casas dos amigos, e os melhores bailes da cidade animados pelo frevo tocado pelas melhores bandas que se podia imaginar. – Estes sim; eram os Melhores Carnavais de Todos os Tempos.
Meninas bonitas e bem comportadas. Nada de short ou de mostrar além do joelho. Acima do joelho, “Bráulio” já entrava na folia. Era festa! Na base da lança perfume Rodouro (o melhor presente que o pai dava aos filhos), de confetes e serpentinas. Hoje é saudade…
Hoje é pagando calcinha, mostrando cofrinho, decote avançado, mostrando peitinho. E substituindo o confete e serpentina, apareceu a cocaína ao lado de heroína, formando uma dupla de crack, do quanto mais sexo melhor. E nove meses depois, começam a aparecer Os filhos do Carnaval.
Não se ouve mais o “Lá vem o Lala Urso!” nem as marchinhas do Braguinha. Tornamo-nos baianos e passamos a sair igual a loucos, correndo atrás de um Trio Elétrico. E como diz a música; Só não vai quem já morreu...
– E como morre gente nos carnavais atuais!
“Quanto riso, oh, quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão”
Hoje os palhaços se proliferaram. Além dos salões, estão nos palanques, nos gabinetes e, acima de tudo em Brasília, de onde com nosso dinheiro fazem um belo corso embalados na marchinha da corrupção.
“Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval”
Nos carnavais de hoje, nada importa se é moral ou ilegal. Pode-se muito bem modificar o refrão de Máscara Negra;
Vou comer-te agora, não me leve a mal, hoje é carnaval.
Luiz Antonio Albuquerque – (DRT-0001279/ES)