Bell Marques faz último show do Chiclete com Banana hoje
O último show de Bell Marques à frente do Chiclete com Banana em Pernambuco amanhã, dentro do Olinda Beer, será lembrado por anos a fio. Não só pelo fim de uma formação que já dura mais de três décadas. Mas por uma multidão, estimada em 40 mil pessoas, disposta a dizer que “valeu demais” a narrativa de sucesso escrita por umas das bandas mais bem-sucedidas da música baiana.
Os chicleteiros – como são conhecidos os seguidores do grupo – estão prontos para abençoar a carreira solo do ídolo e, quem sabe, dar o aval para Rafa Chaves assumir os vocais do Chiclete após o carnaval.
Ao lado de companheiros de axé, Bell Marques teve papel fundamental no modo como se configurou o carnaval baiano – imitado Brasil afora nas micaretas.
No início da década de 1980, ainda na Scorpius, ele e os parceiros aceitaram colocar as caixas de som na lateral do trio elétrico e tocar na parte de cima – o que permitiu aos músicos se destacar e serem seguidos pelos foliões. Depois, liderou o Nana Banana, Camaleão e o Voa Voa, até hoje símbolos e referência da folia baiana.
O preço do adeus ao cantor por aqui vai de R$ 40 a R$ 260, uma pechincha se comparado aos valores para acompanhar o último carnaval de Bell no Chiclete em Salvador – houve quem pagasse até R$ 20 mil, segundo jornais baianos. O fotógrafo pernambucano Luiz Fabiano Pinheiro, 33, desembolsou R$ 900 – para se despedir do ídolo na segunda-feira de Momo, no circuito Dodô (Barra/Ondina), no bloco Camaleão. E comprou barato (hoje, o abadá está por R$ 1.490).
“No dia em que ele anunciou a saída, em novembro, decidi vê-lo”, revela. Luiz vai, claro, estar no show do Chiclete no Olinda Beer. “Não sei se choro ou se faço fotos. Vou tentar ser profissional, mas vou fotografar com olhar de fã”, diz.
Em Salvador, quem for seguir Bell em sua primeira apresentação solo, comandando o bloco Vumbora, no começo da madrugada da quarta-feira de cinzas, em desfile pelo circuito Dodô, também não vai ter refresco.
O abadá está na casa dos R$ 400. Antes, na tarde de terça-feira, último dia do carnaval baiano, o cantor e guitarrista cumpre o último compromisso à frente da banda, no percurso Osmar (Campo Grande/Castro Alves). “Já existia um zum-zum-zum de que ele sairia do grupo, mas foi um baque quando veio o anúncio”, lembra o contabilista Rodrigo Saldanha, 31. Fã, ele embarca hoje para o Salvador só para acompanhar o ensaio geral do Camaleão, na Praia do Forte.
Amanhã cedo, volta ao Recife para o show do Olinda Beer. Desde 2006, Saldanha participa das folias de Momo em terras baianas. “É mexer em um dos meus sentimentos mais profundos falar da minha vida atrás do Chiclete”, revela.
O público pode conferir o primeiro single solo lançado, cuja letra diz “…Eu tô na boa/ Hoje eu tô numa legal/ Mas todo mundo tá chamando Nicolau…”. O novo disco, intitulado de Vumbora, ainda sem data de lançamento, tem Louco amor, Amor bacana, Gosto de amor, Da varanda, Dengo meu, Lindo é viver, Vumbora vumbora e Savassi, além da certeza de que os fãs não ficarão órfãos. Quanto ao futuro do Chiclete, é uma incógnita.
O substituto
Desde que foi anunciado como substituto de Bell Marques, Rafa Chaves vem participando de ensaios em estúdio ao lado de Wadinho, Valtinho, Deni e Lelo e mais um baterista convidado. Embora seja baiano, o vocalista se tornou conhecido inicialmente em Fortaleza, onde liderava o grupo São Ninguém, com o qual chegou a lançar um CD independente. Depois, integrou o Via Circular, ocupando o lugar deixado por Levi Lima, substituto de Tuca Fernandes no vocal do Jammil e Uma Noites. A estreia à frente do Chiclete será no dia 15 de março, em Brasília.
O que não pode faltar
Diga que valeu
Voa voa
Não vou chorar
100% você
Amar você não dói
Selva branca
Quero Chiclete
Se me chamar eu vou
Posso sentir
Chicleteiro eu, Chicleteira ela
Vumbora amar
Além de Chiclete com Banana, o Olinda Beer recebe amanhã, a partir das 9h, na área externa do Centro de Convenções, Claudia Leitte, Harmonia do Samba, Psirico, Parangolé, Jorge e Mateus, Revelação (foto), Saulo e Aviões do Forró. Ingressos: R$ 40 (pista), R$ 80 (VIP), R$ 180 (Tapete Vermelho), R$ 230 (Camarote Pirraça – feminino, com open bar de cerveja), R$ 260 (Camarote Pirraça – masculino). Informações: 3441-9660.
Diário de Pernambuco