Saiba como agir em casos de picadas por escorpião
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, em Alagoas, 97% dos acidentes com animais peçonhentos são provocados por escorpião. Para evitar complicações decorrentes do veneno deste animal peçonhento, que somente em 2013 feriu 6.558 alagoanos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta sobre os procedimentos que devem ser adotados pelas vítimas.
No caso de ser picado por um escorpião, segundo a responsável técnica pelo Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos da Sesau, Silvana Tenório, é recomendável limpar o local com água e sabão, aplicar compressa morna no local, não fazer esforço físico e procurar orientação imediata em um Posto de Saúde, Unidade Básica de Saúde e nos Ambulatórios 24 Horas. Na unidade, o profissional de saúde irá avaliar o caso e, conforme a sintomatologia apresentada, será realizado o bloqueio anestésico e analgésico, ou o paciente será encaminhado para uma unidade de referência.
Em Alagoas, no caso de agravamento do estado clínico de uma vítima de picada por escorpião, oito unidades foram habilitadas pela Sesau para aplicar o soro antiescorpiônico. Além do Hospital Escola Hélvio Auto, em Maceió; os demais órgãos de referência são a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca; Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe; Unidade Dr. Antenor Serpa, em Delmiro Gouveia; Hospital Santa Rita, em Palmeira dos Índios; Unidade Arnon de Melo, em Piranhas; Unidade de Emergência Antônio de Jesus, em Penedo e Unidade Djalma dos Anjos, em Pão de Açúcar.
“É importante ressaltar que não se deve amarrar o local da picada, nem aplicar nenhum tipo de substância ou curativos que fechem ferimento, pois favorecem a ocorrência de infecções. Também não se deve cortar, perfurar ou queimar o local da picada, nem dar bebidas alcoólicas ao acidentado, porque elas não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro clínico do paciente”, alerta a responsável técnica pelo Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos da Sesau.
Prevenção – Silvana Tenório chama atenção para o fato de crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa serem mais suscetíveis a sofrerem complicações decorrentes do ataque de animais peçonhentos. Por essa razão, é necessário atentar para alguns cuidados básicos que podem evitar a proliferação dos escorpiões e o ataque a humanos. “É necessário limpar com frequência as caixas de gorduras e mantê-las vedadas e, antes de utilizar sapatos, toalhas e roupas, verificar que não há um escorpião agarrado”, alerta.
A responsável técnica pelo Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos da Sesau ressalta, ainda, que é necessário cobrir os ralos, acondicionar bem o lixo, visando não atrair baratas, que fazem parte da cadeia alimentar do escorpião, além de não entulhar material de construção. “Deve-se evitar colocar as mãos em buracos no solo, troncos ou pedaços de madeira, e sempre utilizar luvas quando for preciso executar este tipo de ação. Além de não encostar o berço ou a cama na parede, nem deixar o mosquiteiro ou o lençol arrastando no chão,” orienta.
Dados – Nos últimos seis anos foram notificados 30.371 acidentes com escorpiões em Alagoas e Maceió lidera o número de ocorrências, com 3.312 casos em 2013, seguido por Arapiraca, que teve 983 ocorrências, Teotonio Vilela com 268, Campo Alegre com 202, Rio Largo com 185 e Palmeira dos Índios com 171. Na capital alagoana, o Jacintinho está no topo da lista dos bairros com mais acidentes, já que registrou 328 acidentes em 2013, seguido pelo Tabuleiro do Martins com 307, Vergel do Lago com 210, Trapiche com 169 e Ponta Grossa com 161.
Ainda de acordo com os dados do Sinan, dos 6.558 acidentes com escorpiões registrados em Alagoanos no ano passado, 6.234 foram leves, 85 foram moderados e 11 graves. E o último óbito notificado no Estado em decorrência de uma picada por escorpião ocorreu em 2012, no município de Campo Alegre, cuja vítima foi uma criança, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesau.
A espécie predominante em Alagoas é a “Tityus stigmurus”, conhecido como escorpião amarelo do Nordeste, e que provoca aproximadamente 100% dos acidentes no Estado. Por isso, ainda de acordo com a técnica do Programa de Controle de Acidentes com Animais Peçonhentos da Sesau, as ocorrências registradas no Estado são leves, mas que podem resultar em casos moderados e graves, principalmente se afetar crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa.