O Barcelona cedeu à pressão das autoridades espanholas e divulgou os detalhes da transação que levou Neymar do Santos até o clube catalão. O clube, que é investigado no país por uma suposta apropriação indébita do presidente Sandro Rosell sobre o dinheiro da operação, admitiu que pagou 40 milhões de euros (cerca de R$ 129 milhões) à N&N Consultoria Esportiva e Empresarial Ltda., empresa do pai do jogador, Neymar da Silva Santos.
A equipe catalã nunca havia divulgado de forma oficial o destino dos 57,1 milhões de euros (R$ 184 milhões) anunciados como o valor total da transferência de Neymar, baseada em uma suposta cláusula de confidencialidade do contrato. Já o Santos sempre divulgou que recebeu por volta de 17,1 milhões de euros (R$ 55 milhões) pela saída do atacante. A diferença foi paga como comissão ao pai de Neymar.
A acusação contra o Barcelona foi feita por Jordi Cases, sócio do clube catalão e membro da oposição contra o presidente Rosell. Segundo Cases, não faria sentido pagar “300 mil por uma casa e 700 mil como comissão para o intermediário”. Ele aponta que Rosell teria ficado com parte dos 40 milhões de euros, dinheiro que veio dos cofres do clube.
Segundo o jornal inglês The Telegraph, a declaração oficial do Barcelona deve causar complicações legais com a DIS, empresa que tinha 40% dos direitos econômicos de Neymar e recebeu apenas 6,8 milhões de euros (R$ 21,9 milhões) pela venda – a porcentagem foi calculada sobre os 17,1 milhões de euros recebidos pelo Santos, e não sobre o valor total de 57,1 milhões.
Em entrevista ao jornal catalão Sport publicada nesta quarta-feira, Neymar negou que tenha havido qualquer irregularidade em sua venda do Santos ao Barcelona e afirmou que todas as negociações foram conduzidas por seu pai.
Terra