Conjuntos habitacionais ocupam áreas destinadas à agricultura em Arapiraca
Por Roberto Gonçalves
Grandes áreas de terras que eram utilizadas no passado, na cultura do fumo em Arapiraca que na década de 70 chegou a ser considerada a maior área continua do produto na América Latina estão sendo ocupadas para a construção de conjuntos habitacionais do programa do Governo Federal, Minha casa minha vida em todas as áreas do município. Terras férteis da zona rural como Cavaco, Capim, Bananeiras, Canaã estão sendo loteadas e comercializadas na grande corrida imobiliária.
A ocupação imobiliária não só em Arapiraca, mas nas demais cidades que fazem parte da Região Metropolitana do Agreste – (RMA) superfaturou o valor da tarefa de terra antes comercializadas ao preço de R$ 15 e R$ 20 mil para R$ 100 mil. Apesar de ainda existirem muitos espaços na área urbana da cidade a construção civil continua ocupando de forma desordenada as áreas utilizadas na agricultura familiar, sobretudo espaços destinados a agricultura de subsistência a exemplo do feijão, milho, mandioca, inhame além da fruticultura e hortaliças uma das vocações da agricultura familiar após a diversificação da agricultura com a queda da cultura fumageira.
Em entrevista concedida as emissoras locais, no ultimo sábado 21, a prefeita Célia Rocha (PTB), anunciou a construção de mais três mil unidades habitacionais e que diante do problema, serão construídas em espaços urbanos. A prefeita informou que o déficit habitacional em Arapiraca para as famílias de baixa renda é de 4.632 moradias. A gestora municipal disse que a construção dessas novas unidades habitacionais vai reduzir o problema de quem ainda não tem uma casa própria.
Sem nenhuma estrutura
Os conjuntos residências são construídos e entregues a população de baixa renda sem nenhuma estrutura no que diz respeito à saúde pública, transporte, segurança pública, fornecimento de água e energia elétrica. Um dos exemplos foi o conjunto habitacional Nossa Senhora Aparecida entregue recentemente com 999 unidades residências entregues sem água e sem energia elétrica.
Os problemas mais graves estão concentrados em um dos maiores conjuntos do município o residencial Brisa do Lago com duas mil unidades. Os moradores sofrem com a falta de estrutura urbana. Uma das questões mais reclamadas pelos comunidade é a falta de segurança pública. Segundo eles, os roubos, arrombamentos e assaltos ocorrem à luz do dia e o policiamento continua insuficiente. “Construíram essa comunidade bem distante e isolada da cidade. Fomos jogados aqui e esquecidos pelo poder público municipal. Esse conjunto parece mais um depósito de gente”, detonou um morador.
Outro morador explicou que durante a campanha eleitoral de 2012 a então deputada federal Célia Rocha e o ex-prefeito Luciano Barbosa (PMDB) além de candidatos a vereadores estiveram no local e prometeram melhorias. “Espero que os eleitos há um ano façam alguma coisa por nós. Não adianta só jogar a culpa no governo do Estado pois a Prefeitura poderia criar uma guarda municipal e direcionar parte do efetivo para cá”, pontuou.